O mês de maio foi marcado por diversas mobilizações e lutas classistas em todo o mundo, lutas que têm imposto a reação mundial dificuldade para se sustentar. Sintoma da crise sem precedentes do imperialismo e no novo período de revoluções, que tem como expressão candente a explosividade das massas populares.
ARGENTINA
Petroleiros na Argentina, iniciaram uma greve no dia 21 de maio. Uma massiva greve que por tempo indeterminado colocará contra a parede os grandes burgueses do setor de minas e pedreiras.
Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho e denunciam a precarização no setor. E ainda denunciam o grande lucro das empresas em detrimento do atendimento aos trabalhadores.
A declaração emitida pelo Sindicato dos Petroleiros Privados denuncia “Não há treinamento ou planos de prevenção de acidente na bacia [de Neuquén] por parte das empresas de seguro de risco, que são controladas pela Superintendência de Risco do Trabalho e pelo Ministério do Trabalho. Nós trabalhadores somos apenas um registro que traz o dinheiro e que serve para quebrar recordes de produção, enquanto nós batemos os recordes de mortes”.
Petroleiros em greve na Argentina
HONDURAS
Nos dias 22 e 24 de maio camponeses e indígenas protestaram na capital de Honduras, cobrando melhores condições na vida no campo a regularização de aproximadamente mil hectares onde produzem, e denunciando o latifúndio. Exigiam também o fim da criminalização das lutas dos camponeses e operários em Honduras.
Protesto de camponeses em Honduras. Foto
CHINA
Em janeiro de 2023 trabalhadores de uma fábrica de testes rápidos para covid-19 rebelaram-se e entraram em confronto com as forças policiais e destruíram a produção. O protesto se deu após a demissão em massa de 8 mil trabalhadores.
Uma onda de demissões tem levado trabalhadores a protestar pelo país. Assim como este do dia 07 de janeiro, em novembro de 2022 operários de uma fábrica de Iphones também realizaram uma combativa manifestação onde enfrentaram as tropas policias, viraram viaturas e destruíram câmeras de segurança.
Essa onda de demissões atingiu 13 mil trabalhadores da monopolista Alibaba, cerca de 5 mil funcionários da Tencent e 60 mil da monopolista da educação New Oriental Education.
ESPANHA
Em 15 de janeiro de 2023, 50 mil pessoas marcharam nas ruas da cidade de Madrid denunciando os cortes no serviço público de saúde. Os trabalhadores apontam o Estado imperialista espanhol como responsável por sucatear os serviços de saúde e exigiam a demissão ou renúncia da presidente da Comunidade de Madri, Isabel Diaz.
Os ataques a saúde em Madri são parte do um plano de estado que dura mais de década. E a massiva resistência dos trabalhadores ficou conhecida como Maré branca.
CANADÁ
O Canadá passa por uma recessão impondo ao seu povo desemprego e endividamento. No dia 19 de abril funcionários públicos canadenses deflagraram greve exigindo do governo que o aumento salarial acompanhe a inflação. Os trabalhadores mobilizados realizaram 250 piquetes pelo país.
FRANÇA
A
jornada de rebelião na França contra a reforma trabalhista
mobilizou diversas categorias. Desde 2022 estudantes, bombeiros,
camponeses, professores, garis, rodoviários, aeronautas,
metroviários protestam combativamente.
O presidente reacionário, Emmanuel Macron, evocou o artigo 49.3 da Constituição para aprovar a medida sem a necessidade de aprovação do parlamento.
Mais de 1 milhão de trabalhadores marcharam pela França no dia 13 de abril, realizando bloqueios, ocupações e se opondo a brutal repressão. Em diversos pontos da cidade estudantes e trabalhadores entraram em confronto com a polícia, alvejaram lojas e bancos imperialistas, piquetes foram feitos por camponeses e operários.
ALEMANHA
Trabalhadores do transporte de todos os setores paralisaram as atividades na Alemanha, cobrando aumento salarial acima da inflação que acomete o país.
INGLATERRA
Denunciando a calamidade da saúde britânica, 60 mil médicos foram as ruas para exigir melhores condições de trabalho. No dia 11 de abril os profissionais realizaram mais de 180 piquetes por toda a Inglaterra.
De acordo com a Associação Britânica de Médicos, o salário real dos médicos caiu 26% comparado a alta da inflação. Além disso, o Serviço Nacional de Saúde britânico conta 9 mil médicos a menos do necessário.
Na capital Londres manifestantes marcharam da Praça Trafalgar até as Casas do Parlamento reacionário, passando rua onde fica a casa do primeio-ministro do país.
IRÃ
Operários da indústria de aço e do setor de petróleo e gás realizaram protestos e piquetes como parte da greve geral, iniciada em 20 de abril. Os trabalhadores denunciam que o atual salário está defasado, frente a alta nos custos de vida no país. Além disso, exigem condições mais seguras de trabalho.
As mobilizações chegaram a 97 centros industriais, em 32 cidades de 12 províncias.
ROMÊNIA
Cerca de 15 mil professores iniciaram em maio de 2023 uma greve geral, cobrando melhores salários e melhorias na estrutura das escolas. Denunciando a péssima remuneração, apontam como isso interfere na qualidade do ensino dado.
Lidia Sava, professora universitária, denunciou: “aqueles que trabalham no sistema se levantaram porque o baixo salário os força a trabalhar em dois ou três empregos. Eles chegam às crianças cansados, e eles não têm satisfação profissional nem material”.
USA
Em janeiro, enfermeiras deflagram greve na cidade de Nova Iorque. Cerca de 7 mil trabalhadoras cruzaram os braços e realizaram piquetes denunciando baixo salário, longa jornada de trabalho e falta de funcionários no quadro de funcionários. A greve atingiu os dois maiores hospitais de Nova Iorque.
Enfermeiras denunciam que sequer tem pausa para refeições ou intervalos. E que, enquanto o recomendado é que se tenha uma enfermeira para 3 pacientes, a realidade dos hospitais é de uma para cada 6 pacientes. Desde a pandemia da covid 19 greves e protestos de trabalhadores da saúde sacodem o país.
Ainda em janeiro uma onda de protestos tomou várias cidades do Estados Unidos contra a violência policial. Os protestos aconteceram após a morte Tyre Nichols, um jovem de 29 anos, que foi espancado pela polícia da cidade de Memphis, no Tennessee, no dia 7 de janeiro. Milhares de estadunidenses protestaram em Nova Iorque, Milwaukee, Washington, Detroit, Nova Orleans, Baltimore, Boston, Los Angeles, Raleigh, São Francisco e Charlotte.
Já em maio, trabalhadores roteiristas entraram em greve denunciando a exploração que as megaempresas produtoras de filmes e séries submetem os trabalhadores do audiovisual.
A greve impactou de imediato a produção de programas, fazendo com que reprises fossem necessárias nos canais televisivos. Além de compromenter a produção de séries famosas, como Stranger Things (Netflix), House of Dragons, etc. Em Nova Iorque foi realizada uma massiva manifestação, e piquetes foram realizados em diversos estúdios, como HBO, NBC, Warner Bros, Sony, Netflix, etc.
NACIONAL
No Brasil, o ano de 2023 segue sendo de rebelião e protestos. Diversas categorias tem se levantados por seus direitos e contra a exploração.
TRABALHADORES INFORMAIS
Cresce de forma exponencial o número de trabalhadores informais, ultrapassando os 40 milhões. Cresce juntamente o número de protestos de trabalhadores informais. O velho Estado que deveria dar garantias de atuação, atua na verdade criminalizando o trabalhador.
Na Bahia, em Pernambuco, Goiânia, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo os trabalhadores protestaram. Ambulantes exigem por parte do Estado a garantia do cumprimento de seu trabalho e melhores condições, e trabalhadores de aplicativo denunciam também as mega empresas responsáveis por extrair o super lucro do seu trabalho com taxas abusivas. Os entregadores chegaram a paralisar nacionalmente no mês de janeiro. Os protestos ocorreram inclusive durante o carnaval, período em que o velho Estado brasileiro tenta apresentar aos olhos do mundo uma aparência de normalidade no país.
Em Jaboatão dos Guararapes, feirantes bloquearam com pneus em chamas a Avenida Agamenon Magalhães, no dia 26 de fevereiro. O protesto ocorreu após a prefeitura acionar a polícia para retirar os trabalhadores.
Em Pernambuco, dezenas de trabalhadores bloquearam a BR-101 com pneus em chamas, no dia 16 de maio. Os trabalhadores informais exigiam o direito de trabalhar de forma regulamentada, e denunciaram o assassinato de um trabalhador por um vigilante do metrô.
No dia 6 de março foram os ambulantes cariocas que entraram em confronto com a Guarda Municipal (GM), atirando pedras contra os agentes e acertando pelo menos um deles e destruindo viaturas. A GM diariamente agride ambulantes e rouba mercadorias em toda a cidade. O protesto ocorreu em Copacabana e denunciou o prefeito Eduardo Paes, conhecido criminalizador dos trabalhadores informais.
Em Goiânia, houve resistência a mais uma das “fiscalizações” da prefeitura, no dia 19 de maio. Os trabalhadores resistiram a truculência da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que atirou contra a massa e espancou jovens trabalhadores. Os ambulantes denunciaram que a prática da GCM tem sido rotineira e frequentemente termina com o roubo das mercadorias do trabalhadores. Os ambulantes responderam a covardia lançando cadeiras e pedras.
Em Salvador, ambulantes protestaram nos dias 8 e 12 de fevereiro exigindo o credenciamento para trabalhar durante o carnaval. E motoristas de aplicativos bloquearam ruas cobrando a regulamentação de sua atuação, denunciando as blitz da prefeitura que apreendem seu instrumento de trabalho. E no dia 25 de fevereiro, cordeiros protestaram exigindo pagamento dos dias trabalhados durante os blocos de carnaval. Os grandes blocos faturam milhões enquanto os trabalhadores são obrigados a atuarem em condições precárias de trabalho.
RODOVIÁRIOS
No Piauí, Minas Gerais, Maranhão e Pernambuco,foram os trabalhadores rodoviários que se rebelaram.
No dia 16 de janeiro, motoristas de ônibus entraram em greve exigindo salários dignos e melhores condições de trabalho, em Belo Horizonte. E em Juiz de Fora, os trabalhadores brigam contra a retirada dos cobradores também realizando greve.
No Piauí, os trabalhadores alcançaram vitória após 12 dias de greve com 100% da rota paralisada. Alcançaram o aumento salarial, garantia de auxilio alimentação e assistência de saúde. No Maranhão não foi diferente, os trabalhadores cruzaram os braços por 5 dias e conquistaram no dia 29 de abril diversas de suas reivindicações. Além de garantir o pagamento de salários atrasados e aumento de 7%, os rodoviários exigiriam que o não houvesse o aumento do preço da passagem.
Contra a superexploração rodoviários do transporte público de Recife bloquearam o Terminal Integrado do Barro, no dia 13 de abril.
METROVIÁRIOS
Em Minas Gerais, os metroviários realizaram no mês de fevereiro a quarta greve em 12 meses. Denunciando o governo Zema de sucatear o serviço publico em favorecimento do privado, os trabalhadores exigem a reversão da privatização.
Em São Paulo, os trabalhadores após dois dias de greves alcançaram sua principal demanda. Conquistaram abono salarial de R$2 mil para o mês de abril.
Já em Porto Alegre os metroviários deflagraram greve no dia 8 de maio, em rechaço a privatização dos serviços e corte de direitos. Os trabalhadores denunciam o governo do PT que, até então, manteve os mesmos diretores da Trensrub do governo de Bolsonaro.
Os trabalhadores se mantiveram em estado de greve após a realização de ua manifestação e piquete.
ENFERMEIROS E TRABALHADORES DA SAÚDE
Desde o ano passado os enfermeiros travam luta pelo piso salarial, e contra a precarização e (RJ e Recife). Em Recife os centenas de trabalhadores vaiaram o presidente Luis Inácio (PT), a governadora Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito João Campos (PSB), dando as costas aos gerentes de estado e bradando “Respeitem a enfermagem”. E no Rio de Janeiro, os enfermeiros realizaram diversas manifestações em frente aos principais hospitais da cidade, inclusive os privados. Os protestos se mantiveram firmes e massivos mesmo após a tentativa de suspensão por parte de “Justiça”.
No dia 11 de abril trabalhadores da saúde do Rio Grande do Norte se uniram para reivindicar o piso salarial da enfermagem e reajuste salarial para técnicos de radiologia. Mais da metade dos funcionários cruzaram os braços deflagrando greve.
PROFESSORES
Nacionalmente os professores tem se rebelado contra a reforma do ensino médio, e também denunciando a precarização das condições de trabalho na educação.
No DF professores realizaram greve cobrando do governo melhores condições de trabalho e infraestrutura das escolas, além de melhor remuneração.
Em Londrina, cerca 1,2 mil professores da Universidade Estadual de Londrina deflagraram greve denunciando a defasagem salarial de 42%, que já dura 7 anos, responsabilizando o governo reacionário de Ratinho Jr.
Outras Universidades no mês de maio entraram em estado de greve: Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro).
Viva o 1º de maio!
Viva o dia do proletariado internacional!
Viva a rebelião popular!
Nenhum comentário:
Postar um comentário