Atualização em 24 de maio de 2023
O pós-modernismo surgiu como corrente filosófica burguesa no período após a II Guerra Mundial, com o pessimismo que se abateu sobre parte da intelectualidade (pequeno-burguesa) diante das desgraças produzidas pelas guerras imperialistas, e especialmente com o XX Congresso do PCUS, com o qual Kruschov ataca a direção do grande Stálin, lançando mentiras de todo tipo com o objetivo de quebrantar a confiança e otimismo das massas no socialismo para abrir caminho à restauração do capitalismo e derrubar a ditadura do proletariado. O filósofo francês Jean-François Lyotard, que chegou a militar em um grupo “socialista” anti-Stálin na Argélia, nos anos de 1950, foi o primeiro a cunhar o termo “pós-modernismo”, no final da década de 1970, o qual ganhará maior impulso e força, em particular dentro das Universidades, entre as décadas de 1980 e 1990. Neste período, a profunda crise econômica do atrasado capitalismo de Estado da União Soviética social-imperialista e o colapso do revisionismo soviético, sob a consigna reacionária de Perestroika/ Glanost do sinistro Gorbachov e a contrarrevolução “de Veludo” que pôs abaixo seus lacaios governos no Leste Europeu, eventos largamente propagandeados como “fracasso do socialismo” ou o “fim do socialismo real”, possibilitaram o imperialismo norte-americano passar à condição de superpotência hegemônica única, foram base para uma ofensiva contrarrevolucionária de caráter geral do imperialismo, convergente com o revisionismo capitulador, contando também com o concurso do Papa João Paulo II. Tal ofensiva foi alardeada insistentemente como a entrada do mundo em uma “Nova Ordem Mundial”, na qual a “globalização” significaria a ampliação de laços fraternos entre as nações e o “neoliberalismo” desenvolvimento para os países “em desenvolvimento” e pomposamente fora anunciado o “fim da história”, no que o capitalismo seria “o melhor mundo possível” e definitivamente o último dos sistemas sociais a existir.
Como parte da guerra de baixa intensidade (GBI) lançada naquele período pelo imperialismo, no plano teórico e ideológico o pós-modernismo passou a cumprir junto com o revisionismo papel coadjuvante na contrarrevolução, no sentido de buscar desviar as massas do caminho revolucionário, negando o caráter de classes das sociedades e a luta de classes como lei do desenvolvimento dessas sociedades, substituindo essas verdades pelo conto da luta pelos “interesses identitários” como o móvel de transformação da sociedade, e com isso negar a possibilidade da sua transformação radical em seu conjunto, admitindo alterações apenas em âmbito local, particular, por meio de pequenas disputas por “micropoderes” (nas empresas, locais de trabalho, na escola e universidade, na família, etc). Assim, preconizando o “fracasso” das chamadas “metanarrativas”, no intuito de atacar centralmente o marxismo, os defensores do pós-modernismo alegaram a impossibilidade teórica e prática de conhecer os fundamentos e as estruturas sociais de determinada sociedade, motivo pelo qual não seria possível transformá-la em seu conjunto. O reformismo localista advindo daí se assemelha, portanto, ao praticado pelo revisionismo, embora este tente se passar por “marxista”, enquanto os pós-modernistas negam abertamente o marxismo e a ciência, de modo geral, dando ênfase à “vivência” e “experiência” individual. O socialismo é apresentado pelos pós-modernistas não como uma possibilidade concreta de realização social, mas como mera “especulação” ou “hipótese”, desprezando toda a ciência e as conquistas gigantescas alcançadas pela humanidade nas décadas de construção do socialismo no século XX, em nome de uma suposta ruptura com os ideais iluministas.