“Isso é o que somos. ‘Um punhado de homens, de comunistas, acatando o mandato do Partido, do proletariado e do povo, postos de pé expressaram sua declaração de fé revolucionária, com o coração ardendo de paixão inextinguível, vontade firme e resoluta, e com mente clara e audaz assumiram sua obrigação histórica de serem os iniciadores; e o que decidiram… plasmaram em outono e colheitas, prosseguiram em ações contra o poder reacionário, apontando ao poder local, continuaram com invasão e com as massas camponesas alçadas arrancaram as guerrilhas, e as guerrilhas geraram o poderoso exército que somos hoje e o Estado que se sustenta sobre ele. Nossa pátria é livre...’. Isso se concretiza em nossa decisão partidária aparentemente simples, mas de grande dimensão histórica.”
Presidente Gonzalo, Somos os iniciadores, 1980
“Nós os comunistas do Peru sempre demonstramos ante o mundo que os comunistas continuam lutando em qualquer condição. Por isso, convertemos as prisões em Luminosas Trincheiras de Combate, servindo à nossa causa, não importando o que nos ocorra como indivíduos. (…) Assim, (mesmo que) te encontres na solidão mais fria, acharás o calor da luz do marxismo-leninismo-maoismo e contarás com um plano de trabalho resultado de uma política e de uma ideologia, e combaterás esmagando os obscuros objetivos de capitulação, de isolamento e de arrependimento”
Presidente Gonzalo, 1993
Há 43 anos, irrompia no Peru um evento de grande significado para o proletariado internacional: o Início da Luta Armada (ILA-80). Fato de importância histórica, a Guerra Popular do Peru é o marco da entrada em novo momento da luta do proletariado internacional: a ofensiva estratégica da revolução proletária mundial e início de sua Nova Grande Onda. Após quatro anos da restauração capitalista na China, revés na luta de classe desfavorável ao poder revolucionário do proletariado chinês, no alto dos Andes ouviu-se novamente o tremular da bandeira vermelha do comunismo.
Foi a reconstituição do Partido Comunista do Peru (PCP) que gerou as condições subjetivas necessárias para que esse importante passo na luta do proletariado peruano fosse dado.
Era manhã do dia 17 de maio de 1980 e o cartório eleitoral de Chuschi, região de Ayacucho, foi dominado por combatentes, que penetraram no recinto, queimaram o livro de registro e as urnas eleitorais que seriam utilizadas no dia seguinte. Acontecia uma das ações militares do Exército Guerrilheiro Popular (EGP) que convocava o povo a boicotar as eleições gerais. Até o ano de 1986 o EGP já havia realizado mais de 30 mil ações, chegando dois anos depois a ultrapassar as 50 mil ações militares.
O EGP, dirigido pelo PCP, e encabeçado pessoalmente pelo Presidente Gonzalo, chefatura do PCP e da revolução peruana, desenvolveu a luta armada através de planos estratégicos e campanhas militares levando a construção do Novo Poder a grande parte do território peruano, passando da etapa de Defensiva Estratégica para a do Equilíbrio Estratégico.
A Guerra Popular apontou para o povo peruano o caminho para sua libertação. A cada ação realizada mais e mais combatentes se juntavam ao EGP e ao PCP.
O presidente Gonzalo com a Guerra Popular no Peru definiu e sintetizou o maoismo como terceira e superior etapa do marxismo. Aplicando-o a realidade do Peru reconstituiu o Partido e desenvolveu o pensamento guia da revolução peruana, em meio a essa luta no período, até então, mais difícil e complexo da luta entre revolução e contrarrevolução, armou o proletariado internacional com uma correta análise da crise do imperialismo na época atual e com aportes de validez para a Revolução proletária mundial.
As patranhas da reação peruana, da CIA ianque e da linha oportunista de direita (LOD) com suas “cartas de paz” não foram capazes de vencer o Presidente Gonzalo. Mesmo tendo sido encarcerado e mantido incomunicável por quase 30 anos, derrotou os planos da reação ao não abandonar nunca a bandeira da Guerra Popular.
A chefatura do Presidente Gonzalo e as lutas travadas no fogo da revolução, dirigidas pelo Partido Comunista do Peru, geraram exemplos de elevada heroicidade, que até hoje impulsionam novos e velhos revolucionários a encarnarem a ideologia do proletariado e derrubarem esta velha e podre sociedade.
Atividades realizadas em presídio por presos políticos, comunistas membros do PCP. |
Foram essas lutas que forjaram a têmpera comunista dos prisioneiros de guerra das prisões de Lurigancho, El Callao e El Froton. Os combatentes tomaram a direção dos presídios e organizavam-se coletivamente para resolver problemas de saúde, alimentação, instrução política, ideológica, atividades físicas e culturais.
Esta firme posição dos comunistas presos, de não se deixarem humilhar nos presídios, mantendo elevado espírito revolucionário e transformando as prisões em trincheiras de combate junto aos grandes êxitos da guerra popular estremeciam as bases do velho Estado peruano. Tamanho o ódio causado na reação que o genocida Alan Garcia ordenou o ataque por terra, mar e ar aos presídios no dia 19 de Junho de 1986. A reação com helicópteros e tanques e os combatentes com armas curtas e brancas. Empunhando a consigna maoista de que o principal são os homens e não as armas, impuseram feroz resistência e decidiram por lutar até que o último combatente tombasse. Foram necessárias 96 horas da sanguinária “Operação Selvagem” para penetrar a resistência dos combatentes. Uma derrota moral para o velho Estado peruano.
Mulheres forjadas pelo Partido Comunista do Peru
“Assim como o marxismo considera ao homem como uma realidade concreta historicamente gerada pela sociedade, tampouco aceita a tese da ‘natureza feminina’, pois esta não é senão complemento da chamada ‘natureza humana’ e, portanto, reiteração de que a mulher é uma natureza eterna e imutável; com o agravante, como vimos, de que o idealismo e a reação entendem por ‘natureza feminina’ uma ‘natureza deficitária e inferior à do homem’. (…) tese da emancipação da mulher a qual se concebe como parte da libertação do proletariado’.”
O marxismo e a emancipação da mulher - Abimael Guzman, 1986
Cumprindo diversas tarefas na revolução, as mulheres peruanas deram demonstração de firmeza e de coragem. Eram quadros do Comitê Central do PCP, mandos políticos e militares do EGP e centenas de dirigentes, ativistas e massas na Frente Única Revolucionária.
Parte das primeiras ações que deram o estopim da guerra popular no Peru foram dirigidas e realizadas por essas mulheres. Frente aos verdugos da reação não baixaram a cabeça e desafiavam os inimigos da classe, não entregando seus companheiros e defendendo o Partido.
Foi a guerra popular do Peru e o Partido Comunista que forjou heroínas do proletariado do nível de Augusta La Torre, Edith Lagos, Yovanka Pardavé Trujillo e Carlota Tellos e as demais combatentes que anonimamente deram sua vida pela causa do proletariado.
Augusta La Torre |
Edith Lagos |
Yovanka Yovanka Pardavé Trujillo |
Carlota Tellos |
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