Viva os 35 anos do Dia da Heroicidade!
Para celebrar o Dia da Heroicidade, página marcante
da História de heroísmo de nossa classe em todo o mundo, escondida e
falsificada pelos manuais de história da burguesia e pelos monopólios de
imprensa, recorremos aos artigos dos órgãos da imprensa popular e democrática
além de livros publicados pela Jornalista Rosana Bond que esteve no Peru nos
anos de 1980 e pôde conhecer de perto a história de resistência e heroísmo dos
revolucionários daquele país.
O Partido Comunista do Peru – PCP, chamado
pejorativamente de Sendero Luminoso pelas classes dominantes, declarou com
ações armadas do Exército Guerrilheiro Popular, dirigido pelo Partido e sua
chefatura Presidente Gonzalo, no dia 17 de maio de 1980, o início da Guerra Popular,
assumindo e aplicando a ideologia do marxismo-leninismo-maoismo-pensamento
gonzalo.
Poucos anos depois do início da Guerra, em 19 de
junho de 1986 a gerência fascista de Alan García assassinou cerca de 250 prisioneiras
e prisioneiros políticos do Partido Comunista do Peru (PCP), nos cárceres de 3
ilhas: El Callao, Lurigancho e El Frontón, num dos mais sangrentos episódios de
terrorismo de Estado já cometidos em cárceres sul-americanos.
Desde o início da Guerra Popular, o Partido
Comunista do Peru, organização proletária revolucionária, passa a ser o maior e
principal alvo de perseguições das forças repressivas do velho Estado Peruano.
O Partido Comunista do Peru, em suas declarações, afirma desde sua
reconstituição enquanto partido marxista-leninista-maoista, que seu objetivo é
destruir o Poder que sustenta a semifeudalidade naquele país que impõe a
miséria e morte à vida das massas populares, desenvolvendo a Revolução
Democrática, o que significa destruir o latifúndio e distribuir as terras para
os camponeses pobres e indígenas, desapropriar a grande burguesia serviçal do
imperialismo e expulsar o imperialismo, principalmente norte-americano que
expolia a nação peruana, construindo palmo a palmo o novo poder de Nova
Democracia em direção ao Socialismo e a serviço da Revolução Proletária Mundial.
Assim, os decididos guerrilheiros do PCP trataram
de desenvolver do campo à cidade a guerra revolucionária da classe. Com adesão
popular cada vez maior à luta armada, os donos do poder naquele país passaram a
tentar difamar de todas as formas o PCP e impôs todo o terrorismo de Estado e
perseguição contra os militantes e massas populares dirigidos por essa
organização.
O velho Estado Peruano, fez centenas de prisioneiras
e prisioneiros políticos. Entretanto os militantes do PCP e do Exército guerrilheiro
popular, transformavam essas prisões em Luminosas Trincheiras de Combate.
Acreditavam que, sob as mais terríveis condições, sua ideologia era invencível.
Nem a prisão nem a tortura eram capazes de dobrar a firmeza, tenacidade,
ousadia daqueles combatentes que colocavam as suas vidas a serviço da luta do
povo. A prisão era tão somente mais uma trincheira de luta e essas Luminosas
Trincheiras de Combate demonstravam como era impossível, mesmo com todo aparato
militar do mundo destruir a ideologia que carregavam aqueles combatentes.
A jornalista brasileira Rosana Bond relata em artigo publicado no jornal
“A Nova Democracia”:
“… Pois cerca de um ano
antes do ataque estive clandestinamente na ilha do Frontón, para fazer uma
reportagem, e vi a capacidade admirável daquelas pessoas de transformar o
horrível presídio perdido no meio do Pacífico (onde cacos de vidro e pedaços de
ratos vinham misturados à comida) num lugar "habitável".
E mais: num lugar onde a revolução tinha seu curso, através da atitude.
Uma atitude comunista exemplar, que exercitando
organização, disciplina, solidariedade e paciência chinesa, levou o grupo a
implantar ali uma realidade oposta aos cárceres peruanos daquele tempo. Escola
de alfabetização e de estudos políticos/econômicos, cursos de poesia e teatro,
biblioteca, cozinha, farmácia, produção de artesanato e até produção de livros
(escritos à mão). Tudo criado e comandado pelos presos.”
Os fascistas do velho Estado Peruano, prepararam um
massacre e, prevendo o ataque que viria, os prisioneiros e prisioneiras
prepararam um grande aparato de defesa, que contou com armas improvisadas; uma
proteção de cimento que funcionou como um verdadeiro bunker; construção de
compartimento subterrâneo com respiradouro aberto para o mar.
A resistência durou longas horas. Sob cânticos
revolucionários e gritos de “Viva a revolução!”, a resistência foi levada às
últimas consequências. Os reacionários tiveram de apelar para uso de grande
aparato bélico, e, quando finalmente conseguiram capturar os revolucionários,
esses foram enfileirados para serem abatidos, e o cântico revolucionário só
cessou quando “o último companheiro recebeu o tiro covarde na cabeça”.
Desde então, o PCP define e vários partidos revolucionários
do mundo celebram o 19 de junho como o Dia da Heroicidade. O Presidente
Gonzalo, chefatura do Partido Comunista do Peru, maior preso político da
atualidade, encarcerado sob isolamento absoluto há quase 30 anos, declarou na
ocasião:
“Os prisioneiros de guerra, como personagens da história,
seguem ganhando batalhas além da morte, pois vivem e combatem em nós,
conquistando novas vitórias; sentimos palpitante e luminosa a sua robusta e
inapagável presença”
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