10/10/2020

LCP - Abaixo a grosseira montagem do governo de RO e sua PM de demonização dos camponeses em luta pela terra para fazer despejos, prisões e massacres

 A seguir, publicamos a nota da Comissão Nacional da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) denunciando tentativa de massacre e desmascarando as mentiras imputadas às famílias camponesas e ao movimento.

Abaixo a grosseira montagem do governo de RO e sua PM de demonização dos camponeses em luta pela terra para fazer despejos, prisões e massacres

 

 

Nota da LCP aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade e ao público em geral

Desde as primeiras horas de hoje (dia 8) o governo de Rondônia enviou 300 policiais armados até os dentes para sitiar o acampamento Tiago dos Santos, em Nova Mutum-Paraná,onde vivem 600 famílias, mais de 2.400 hmens, mulheres e crianças. Os policiais estão atirandocontra as motos ou qualquer coisa que se move no acampamento, impedem a entrada de qualquer coisa e até de alimentos, quando centenas de crianças não tomam leite desde segunda-feira última, numa verdadeira ciranda de terror.

Passados 05 dias dos graves acontecimentos naquela região, uma sucessão de fatos, revelações contundentes dos camponeses do Acampamento Tiago dos Santos e o próprio comportamento do monopólio da imprensa e principalmente dos “sites marrons” a serviço do latifúndio e da pistolagem, cada vez nais vão desmascarando a tempestade de mentiras, provocações, acusações, ameaças e a grosseira montagem do governo de Rondônia e sua PM para demonizar as famílias camponesas em sua dura luta por um pedaço de terra para trabalhar e sobreviver.

No dia 05 de outubro, um dia após a morte dos PMs, Sebastião Martins, irmão e advogado do maior grileiro de terras de Rondônia, Antônio Martins “Galo velho”, entrou com petição na justiça pedindo cumprimento de liminar para retirar as mais de 600 famílias, mais de 2.400 homens, mulheres e crianças, do Acampamento Tiago dos Santos. Esta área de 57 mil hectares, grilada e mantida improdutiva, é a terra pela qual as famílias de camponeses lutam desde 2016. Desde então os camponeses vêm sendo atacadas por pistoleiros e sendo retiradas por decisão judicial. Um dos que lutava por essa terra, o companheiro Tiago dos Santos, foi assassinado e por isto dá nome ao acampamento atual.

Em julho deste ano, 2020, o mesmo “Galo velho” e seu irmão foram presos por formação de quadrilha, compra de documentos falsos para roubar terras públicas e por compra de sentenças dando as terras improdutivas como produtivas, além de ter bloqueados mais de 300 milhões de reais. O Juiz Federal Herculano Nacif, da 5.º Vara Federal em Porto Velho, já falecido, julgava todos os seus casos, inclusive tendo sido o responsável por derrubar o processo da desapropriação da terra, desapropriação que já estava em curso no INCRA, à época.

Este é o fato mais revelador após os acontecimentos ao lado deste sitiamento do acampamento. Mas, e antes do dia 03 de outubro de 2020, o que acontecia?

Houve sobrevoos quase diários de helicópteros da PM, como agora, na área do acampamento Tiago dos Santos. Mas é importante ressaltar, uma vez mais, o que é reconhecido pelas próprias “autoridades de segurança” de Rondônia que NÃO FOI NA ÁREA ONDE ESTÃO AS FAMÍLIAS, QUE OS PM`S FORAM MORTOS. Também circularam na internet diversas fotos de “guaxebas” armados (como os camponeses de Rondônia chamam os pistoleiros) e vídeos em prometem limpar a região dos “sem terra” a mando do “Galo velho”.

Se o primeiro policial que foi morto estivesse simplesmente pescando numa área de conflito agrário, a qual a PM monitorava com sobrevoos de helicópteros, como querem fazer crer as versões preparadas pelos “sites marrons”, pelo secretário de segurança e o comando da PM, seria no mínimo muito estranho que sendo policial, o morto estivesse desinformado da situação de tensão na região, que se arrasta pelo menos há quatro anos.

E o que dizer da chamada “operação Mors”, em Jaru-RO, em julho de 2016, onde a polícia federal desbaratou e prendeu um grupo de extermínio que atuava na região de Jaru e do Vale do Jamari, com dezenas de execuções, e no qual onze membros eram da PM-RO (Onze policiais militares são presos durante operação da PF de Rondônia)

Mas admitindo-se que o policial morto estivesse em pescaria ali, o fato é que quem circula nas áreas próximas aos acampamentos de camponeses em luta pela terra são pistoleiros do latifúndio ocupado. É de conhecimento público em RO que dentre os pistoleiros há sempre policiais reformados e da ativa, tal como comprova o publicamente conhecido, entre outros, o caso do sargento Moisés (da PM RO), na chacina de nove camponeses, em Coniza-MT, em 19 de abril de 2017 (Caso Sargento Moisés JB News e Processo contra o Sargento Moisés no Diário Oficial do Matogrosso da 1ª, 2ª e 3ª Região). Porque tão ligeira e automaticamente essa imprensa venal de RO, o comando da PM e o secretário de segurança imputam a morte dos PM’s aos camponeses, quando é prática conhecida de policiais que servem de guaxebas a latifundiários torturar, assassinar e queimar carros? É como, por exemplo, ocorreu com os jovens camponeses assassinados Alyson e Ruan, em fevereiro de 2016, na Fazenda Tucumã, em Cujubim-RO, crime pelo qual respondem latifundiários, policiais e pistoleiros chefiados pelo mesmo foragido sargento Moisés da referida chacina de Coniza. Neste caso, fica evidente que os policiais que entraram na área onde fora morto o PM reformado, não foram ali simplesmente para buscar seu corpo e sim para “limpar a sujeira”, pois que outro PM foi morto e outros feridos em “confronto” com os “sem terra”, como alardeiam os defensores do latifúndio e seus crimes hediondos de matar camponeses, desmatar e incendiar a floresta Amazônica, e não confronto com os mesmos pistoleiros que mataram o PM reformado e que deixaram que seus acompanhantes escapassem no propósito, como está exposto acima.

A acusação contra os camponeses é tão absurda que contraria a própria lógica da versão dessa imprensa venal de Rondônia e seus “sites marrons”, a do secretário de segurança e comando da PM. Ao montar tal versão de que foram os camponeses daquele acampamento que mataram o policial que pescava, não se deram conta da incoerência da mentira. Ou seja, de que a “quadrilha de criminosos dos sem terra”, como demonizam os camponeses em luta pela terra, “assassinou o policial reformado que estava pescando” e que estes “bandidos de alta periculosidade”, como afirmou o secretário de segurança em entrevista, deixaram os acompanhantes do policial morto atravessarem o rio e irem embora. Tal versão corrobora exatamente para a tese de que os assassinos são guaxebas do “Galo velho”, que armaram para matar cruelmente o policial e deixar escapar os acompanhantes dele para que pedissem socorro à corporação. Uma provocação para que a imprensa vendida armasse seu berreiro para impressionar a opinião pública e justificar que o Estado e seus órgãos de repressão, com sangue nos olhos, caíssem em cima dos camponeses e arrasassem com seu acampamento. Da mesma forma é a versão de que um contingente policial, acatando a denúncia do assassinato pelos que escaparam, teria ido ao local para resgatar o corpo e recebidos a tiros, tiveram de retirar-se com a morte de um sargento e ferimentos de outros. Conforme a denúncia dos que escaparam qual foi o contingente enviado? Grande não foi porque senão não teriam recuado. Se foi pequeno, porque fizeram assim diante do assassinato de um policial numa área de conflito agrário? Grosseira montagem! Provocação da qual, provavelmente o comando da PM sequer sabia que membros da corporação haviam se dirigido àquela área, mas que por sua natureza de defensor dos latifundiários ladrões de terras públicas, necessitam encobrir os fatos com essa grosseira montagem.

Conhecendo a polícia de Rondônia, em que o Secretário de Segurança Pública, coronel José H. Cysneiros Pachá, conhecido oficial da PM-RO por sua participação direta no repulsivo Massacre de Corumbiara de 9 de agosto de 1995 (Oficiais de Corumbiara receberam promoções) , então tenente à época, quem pode duvidar que se esses parasitas defensores dos latifundiários ladrões de terras públicas realmente acreditassem que os policiais foram assassinados por “terroristas” e “milícias armadas dos sem terra”, LCP, etc., eles não teriam imediatamente promovido um banho de sangue como fizeram em Corumbiara, em Eldorado dos Carajás e tantos que ensanguentam a luta dos camponeses pela terra na história de nosso país?

Em Rondônia o comando da PM sabe, todo mundo sabe, que os esquemas de pistolagem do latifúndio funcionam por dentro e por fora daquela corporação, e geralmente quando há “desencontro”, conflitos de interesses ou outras contradições nos acertos da féria criminosa, a solução é muito violenta. Donde não se pode excluir as maquinações dos latifundiários com eliminações de policiais para provocar a demonização e fúria das forças repressivas do Estado contra os camponeses em luta pela terra, para exatamente expulsá-los.

Só para lembrar, no início dos anos 2.000, três camponeses entre os quais dois ativistas da LCP foram acusados e presos por assassinar um funcionário, na verdade guaxeba do “galo velho”, na disputa por terras comprovadamente griladas. No julgamento, o advogado dos camponeses lembrou do dia em que o ex-presidente João Figueiredo entregara aquela terra aos posseiros. Um dos ativistas da Liga passou quatro anos preso, pelo menos dois anos no Urso Branco. No julgamento, acima citado, uma das testemunhas de acusação, um militar, subordinado ao então major Enedy, reconheceu que policiais de Rondônia, para completar o soldo, trabalhavam como segurança para latifundiários. Também a viúva do guaxeba morto relatou a estranha insistência de “Galo velho” para que seu marido fosse receber seus “atrasados” por tanto tempo procrastinados. Os camponeses foram absolvidos. Depois de publicamente demonizados, difamados e moralmente linchados.

É o que, uma vez mais estamos vivenciando!

Os camponeses do Acampamento Tiago dos Santos, as mais de 600 famílias, mais de 2.400 homens, mulheres e crianças, são pessoas comuns, camponeses que já foram expulsos de suas posses covarde e ilegalmente, muitos foram trabalhar na construção de Jirau e ficaram desempregados, sem dinheiro, longe das famílias, “rodados”. Juntos estão lutando por esta terra pública, roubada e grilada por latifundiários dados como criminosos pela justiça deste velho Estado, com o conluio de juízes e funcionários públicos, como única forma de sobreviver frente ao brutal desemprego, miséria, pandemia e violência contra o povo!

Além de situações de grosseiras montagens como esta para justificar a continuação do secular massacre de camponeses e defesa dos latifundiários ladrões de terras públicas, também quando cansados da exploração sem fim e sofrimentos os camponeses radicalizam a luta pela terra os demonizam mais ainda para massacrá-ĺos. Essa récua de parasitas, após chupar o suor sofrido destes humildes brasileiros trabalhadores e trabalhadoras de mãos calejadas, quer ainda o seu sangue. Para levar seu hediondo e oprobioso crime insiste em difamá-los como “vagabundos sem terra” e, quando os enfrentam e não se dobram, de “bandidos” ou “terroristas”!

Os camponeses são inocentes!

A Liga dos Camponeses Pobres é um movimento de luta pela terra!

Terroristas e assassinos são essa malta de reacionários, serviçais e a soldo dos latifundiários ladrões de terras públicas, quer o sangue dessas famílias camponesas, humildes trabalhadores e trabalhadoras. Além de montagens grosseiras como o caso em questão, também em toda luta que estes honrados brasileiros e brasileiras radicalizam por estarem esgotados de serem sugados até a última gota de suor por esses exploradores, secularmente ladrões de terras públicas e demais parasitas que os rodeiam, como essa imprensa venal, barata e mentirosa de RO, de políticos corruptos descarados e de militares fascistas, acostumados a se cevarem com o sangue de massas empobrecidas indefesas e desarmadas, insistem em todas as oportunidades para, odiosamente, desqualificar como “sem terra vagabundos”, e, quando estes os enfrentam e não se dobram, demonizam como “bandidos” e “terroristas”!

Os camponeses são inocentes, são trabalhadores honrados!

A Liga dos Camponeses Pobres é um movimento desses brasileiros deserdados de tudo em luta pela terra!

Até um senador bufão, alvo de vários processos por participação em assassinato, desvio de dinheiro público e participação em milícias para-militares, foi a Mutum Paraná para aparecer como se estivesse na área do conflito, para agitar sua bandeira mulambenta e repulsiva do fascismo.

Este monte de lixo demoniza os camponeses e sua sagrada luta à estafa e lança contra eles os massacres e chacinas, o faz, além do mais, para servir o seu sangue nos banquetes em que entregam o Brasil de mão beijada para seus amos imperialistas.

Esta é a verdade!

Que os verdadeiros democratas e progressistas se levantem contra mais este crime anunciado e o banho de sangue contra os camponeses do Acampamento Tiago dos Santos.

Abaixo a demonização e criminalização da luta pela terra!

Terra para quem nela vive e trabalha!

Viva o Acampamento Tiago dos Santos!

Terroristas e assassinos são os mentirosos a serviço dos latifundiários ladrões de terras públicas !

Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres

Goiânia, 08 de outubro de 2020

 

Saudacao às mulheres e crianças do Acampamento Tiago dos Santos que se encontram cercados


O MFP saúda a luta camponesa do acampamento Tiago dos Santos em Rondônia e de todo o país. A belíssima imagem das mulheres junto com suas crianças dispostas a enfrentar todo aparato policial militar do velho Estado para garantir o seu sagrado direito à terra para trabalhar e sustentar suas famílias é reveladora daquilo que todos os sabujos desse Estado burguês-latifundiário, serviçal do imperialismo, principalmente norte-americano, defensor de grileiros e pistoleiros tentam esconder: a fúria secular do povo em geral e das mulheres em particular contra toda essa velha ordem de exploração e opressão.

Quando as crianças gritam suas palavras de ordem “queremos leite”, junto com suas mães, afirmam que apesar do medo a coragem é maior para lutar e defender a terra, demonstrando energicamente que nada nem ninguém pode deter a luta camponesa nesse país de miséria. As mulheres de rosto tampado, com filhos nos braços e empunhando bandeiras vermelhas, é um comovente e contundente exemplo para quem ainda duvida da fúria e da luta popular, ou, como faz o oportunismo, só vê a gritaria histérica dos fascistas e não enxerga a fibra, coragem e disposição do povo de lutar.

Nenhuma mentira pode apagar o fato de que os maiores bandidos e assassinos desse país são os grandes burgueses e latifundiários e todos os seus asseclas. Quem quer que se interponha à sua frente não impedirá a luta que é maior quanto maior for a opressão. A declaração dessa mulher camponesa expressa a fúria e decisão da mulher pobre em todas as partes de nosso país e em todo o mundo. As mulheres do povo que na batalha para defender o pão dos filhos, defender o pedaço de chão para sair da humilhação, defender os direitos mínimos de sobrevivência, passam por cima de qualquer tipo de dificuldade e transformam-se em verdadeiras leoas capazes de superar qualquer obstáculo.

Saudamos todos os camponeses do acampamento Tiago dos Santos e particularmente as mulheres e crianças. Voces nao estao sozinhos nessa batalha!

Rebelar-se é justo!

Terra para quem nela vive e trabalha!

Viva a Revolução Agrária!

Viva o acampamento Tiago dos Santos e a Liga dos Camponeses Pobres!

Viva a luta das mulheres do povo!

Despertar a fúria revolucionária da mulher!



A seguir o vídeo e a notícia do Jornal A Nova Democracia:





URGENTE! PM cerca covardemente Acampamento Tiago dos Santos e impede entrada de mantimentos

Taís Souza (A Nova Democracia, 08 de outubro, 2020)

Camponeses do Acampamento Tiago dos Santos, localizado na região de Porto Velho, em Rondônia, denunciam o covarde cerco imposto pela Polícia Militar (PM) nesse momento. Os trabalhadores, que são organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia e Amazônia Ocidental, estão sendo impedidos de entrar e sair do acampamento pela PM, assim como é impedida a entrada de mantimentos.

Em um vídeo divulgado pelos próprios camponeses, mulheres, mães e crianças do acampamento denunciam o cerco feito pela PM, reivindicam leite e alimentação e afirmam que desde o dia 5 de outubro já falta leite para as crianças.

De acordo com denúncia recebida pela redação de AND, os camponeses afirmam: “Estamos todos muito preocupados aqui com as violações de direitos que podem acontecer, assassinatos, torturas, humilhações e retaliações aos camponeses inocentes”.

O fato ocorre desde que mentiras foram propagadas pelo monopólio de imprensa atribuindo o assassinato de um policial ao acampamento, acusação sem indício algum que justificasse. A morte do tenente da reserva, ocorrida na tarde do dia 3 de outubro, há dezenas de quilômetros de distância do acampamento, desencadeou toda sanha da sanguinária da PM de Rondônia, que passou a atacar os camponeses do Acampamento Tiago dos Santos e da área Dois Amigos, na região do distrito de União Bandeirantes, em Porto Velho. Logo após o ocorrido, através de uma rede social, o fascista Jair Bolsonaro fez uma incitação contra a LCP, publicando um vídeo dos camponeses em uma outra área, no qual policiais são expulsos do acampamento após tentarem intimidar as famílias, sem mandado judicial. Na ocasião, o capitão golpista publicou: "Eu tenho a minha opinião, qual é a sua?".

Leia mais: Assassinato de oficial da reserva da PM é a sanha para justificar ataques aos camponeses

Em nota emitida pela LCP, o movimento afirma que a morte do policial é fruto do acerto de contas entre bandas de policiais militares, pistoleiros e grupos de grileiros, e nada tem a ver com os camponeses pobres.

Afirmam também que no Acampamento Tiago dos Santos há mais de 600 famílias, 2 mil homens, mulheres e crianças que lutam por uma área pública, de mais de 57 mil hectares, criminosa e ilegalmente grilada, roubada e usada pelo latifundiário Antônio Martins dos Santos, conhecido como "Galo Velho".

Leia mais: 'Abaixo as mentiras da PM de Rondônia e dos sites 'marrons' a serviço do latifúndio', conclama LCP.

O movimento conclama que todas as vozes dos democratas e honestos, por esse Brasil afora, se levantem imediatamente e afirma ainda: “Todo esse discurso é para esconder alguma coisa muito grave e justificar um massacre! Viva a luta pela terra! Terra para quem nela vive e trabalha!”.


08/10/2020

Denúncia da Comissão Nacional da LCP

Repercutimos importante nota de denúncia da Comissão Nacional da LCP - Liga dos Camponeses Pobres.

Abaixo as mentiras da PM de Rondônia e dos sites “marrons” a serviço do latifúndio contra os camponeses do Acampamento Tiago dos Santos e a LCP

Goiania, 04 de outubro de 2010

Abaixo as mentiras da PM de Rondônia e dos sites “marrons” a serviço do latifúndio contra os camponeses do Acampamento Tiago dos Santos e a LCP
Uma enxurrada de notícias vêem sendo divulgadas desde a noite de sábado, 02/10, sobre a morte de PM´s de Rondônia em área próxima ao Acampamento Tiago dos Santos em Nova Mutum Paraná, distrito de Porto Velho.

Um dos quais seria da reserva, estaria singelamente pescando, teria sido emboscado, assassinado, e o outro teria participado de suposta tentativa de resgate do primeiro quando foi alvejado.

A partir daí uma série de acusações infundadas e eivadas de ódio contra os camponeses e a Liga. E o envio de mais de 60 homens de grupos especiais e promessas de assassinato dos camponeses.

Nessa PM de Rondônia, que reconhece que seus quadros da ativa e da reserva fazem serviço de pistolagem para latifundiários e grileiros ladrões de terra não se pode confiar nem um “tantinho assim … nada”, como disse Che Guevara na ONU acerca do imperialismo.

As verdades sobre isso tudo são:
As mais de 600 famílias, 2.000 homens, mulheres e crianças do Acampamento Tiago dos Santos lutam por uma área pública, de mais de 57.000 hectares, criminosa e ilegalmente grilada, roubada e usada pelo pelo latifundiário Antônio Martins dos Santos, conhecido como Galo velho, que foi preso esse ano em julho na operação amicus regem (amigos do rei) . [Ver link: https://www.oobservador.com.br/noticias/antonio-martins-o-galo-velho-e-um-dos-alvos-da-operacao-da-policia-federal-,46629.shtml ]

As trapalhadas, acertos de contas e fracassos destes guaxebas que usam farda em Rondônia que eles resolvam entre si e seus patrões grileiros, políticos e latifundiários. Lavem sua boca suja para falar dos camponeses, “sem terra” e da LCP.

Exigimos a imediata retirada da PM da região

É impressionante como mentem e são covardes. Se houve como disseram um confronto entre camponeses e policiais, deve haver camponeses feridos. E quem vai responder a esta pergunta?

Que todas as vozes dos democratas e honestos, por esse Brasil afora, se levantem imediatamente. Todo esse discurso é para esconder alguma coisa muito grave e justificar um massacre!

É curto e grosso:
Fora com todos os PM´s e forças policiais de Nova Mutum Paraná!
Fora Galo Velho e seus guaxebas dos 57.000 hectares roubados!
Viva a luta pela terra!
Terra para quem nela vive e trabalha!
Viva o Acampamento Tiago dos Santos!

Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres

 

“Justiça” do velho Estado brasileiro comete covardia e tortura ao sequestrar um bebê lactante de sua mãe.

O MFP – Movimento Feminino Popular denuncia a crueldade e covardia da “Justiça” brasileira promovida contra Patrícia Garcia e seu bebê que foram separados e impedidos até mesmo de contato físico. A denúncia se soma à campanha que tem sido repercutida em redes sociais e por um abaixo-assinado com mais de 100.000 assinaturas exigindo que o bebê volte para sua mãe.

Na semana de 13 de agosto, o bebê Sama, de um ano e dois meses, foi covardemente retirado de sua mãe, Patrícia Garcia. Dois oficiais de justiça chegaram na casa de Patrícia escoltados por dois policiais militares e uma assistente social dizendo que se ela não entregasse o bebê seria presa. A mãe, desesperada, sem nenhuma oportunidade de defesa, pediu para ver o mandado e denunciou, nas redes sociais, na campanha “devolva Sama para sua mãe”, que há acusações mentirosas contra ela, como se estivesse cometendo maus tratos contra o bebê, como se não tivesse feito pré-natal e deixasse a criança desnutrida. Sem direito de defesa, a mãe acusa a “Justiça” de omitir documentação oficial de acompanhamento de pré-natal e laudos médicos da criança, que atestam que nunca fora negligente.

Patrícia é uma imigrante paraguaia, de origem guarani, mestranda na área de educação na Universidade Federal da Integração Latino-Americana, em Foz do Iguaçu e ambulante. O pai, professor dessa mesma universidade, segundo Patrícia, usa de influência no ambiente jurídico para promover essa crueldade contra ela e seu filho.

Em uma de suas entrevistas, Patrícia disse que se sentia como uma escrava no tempo da colonização quando o filho ainda bebê era arrancado de sua mãe, para ser vendido, e afirmou: “a colonização não acabou”. A gravíssima situação pela qual passam mãe e filho é reveladora da condição semifeudal e semicolonial do nosso país em que a mulher é tratada como ser de segunda categoria, sem desejo e vontade próprias, responsabilizada por tudo de mal que acontece com os filhos quando não há nenhum apoio do Estado para lidar com as dificuldades da maternidade. Revela também como há dois pesos e duas medidas para tratar do direito das mulheres. Ela imigrante, pobre. O pai, professor universitário, influente.

Patrícia, sem qualquer direito de defesa, num processo que segue sob segredo de justiça, denuncia que passou mais de trinta dias sem poder ter contato físico nem visual com seu bebê. A mãe passou todo esse tempo ordenhando seu leite para entregá-lo na casa onde seu filho se encontrava com o pai, e nem assim ele permitia que a mãe visse o filho. Somente depois de muita denúncia e mobilização de vários setores da sociedade, conseguiu ordem judicial para ver seu filho durante três horas por dia para amamentá-lo e, mesmo assim, o pai descumpriu decisão por vários dias, numa atitude machista e covarde.

Como uma “Justiça” que se diz defender uma criança de maus tratos e subnutrição impede o aleitamento materno da criança, alimento essencial para qualquer bebê saudável, quem dirá para um bebê com recentes problemas de saúde? Como pode considerar que o afastamento físico entre uma mãe e o bebê pode fazer bem para uma criança? Por que no lugar de condenar, não pergunta para a mãe quais são as suas dificuldades e em que precisa de apoio? Essa é uma atitude digna dos generais fascistas que no período dos regimes militares da América Latina sequestravam os bebês das prisioneiras políticas, que nunca mais viam seus filhos. Rasga-se até mesmo o “direito burguês” que “garante” que até as mães privadas de liberdade tenham o direito à amamentação como inviolável.

A tortura que vive essa mãe, impedida e violada no seu direito à maternidade é demonstração da condição das mulheres que são mães nesse país, responsabilizadas por tudo de mal que acontece com as crianças e jovens, ocupando-se sozinhas da alimentação, educação e todos os cuidados que uma criança precisa, como parte de sua dupla jornada, do aprisionamento do trabalho doméstico como necessidade de sustentação desse sistema de exploração e opressão, reproduzindo a força de trabalho para o capitalista e latifundiário. Toda criança adoece e precisa de assistência de saúde, toda criança precisa de escola e estruturas diversas para seus cuidados e tudo isso é colocado como responsabilidade exclusiva das mães, enquanto o velho Estado nega todos os direitos às mães e às crianças.

Denunciamos toda violência, covardia, injustiça, tortura e crueldade praticadas contra essa mãe e essa criança. Exigimos que filho seja devolvido à mãe, que a mãe tenha direito de defesa e contato com seu filho. Conclamamos as mulheres do povo a se revoltarem contra toda essa condição, seguindo o caminho de destruir essa sociedade de exploração e opressão, construindo uma nova sociedade, de Nova Democracia, única condição para que a mulher do povo se emancipe e seja tratada em pé de igualdade com os homens, numa sociedade sem exploração. Nessa nova sociedade a maternidade não será um peso do tamanho de uma montanha para as mulheres, a responsabilidade dos cuidados e formação de uma criança será responsabilidade de toda a sociedade.

MFP – Movimento Feminino Popular

Outubro – 2020


03/10/2020

Viva os 71 anos da vitoria da grande Revoluçao Chinesa!!

  “As mulheres levam sobre seus ombros a metade do céu e devem conquistá-la.”

Essa consigna, ainda tão atual, levantada pelo grande timoneiro da Revolução Proletária Mundial, Presidente Mao Tsetung, mobilizou e incorporou milhões de mulheres no processo de Guerra Popular Prolongada, dirigido pelo heroico Partido Comunista da China para destruir o latifúndio e libertar a nação de invasores estrangeiros. A vitória da Revolução Democrática na China em 1 de outubro de 1949 e todo o processo de construção socialista até a Grande Revolução Cultural Proletária fez rasgar os princípios de todos os capitalistas e reacionários que colocam as mulheres como seres de segunda categoria.
 

Na velha China de antes da revolução, as mulheres do povo, eram excluídas de toda a prática social e tratadas como seres secundários, que deviam obediência aos seus pais e maridos, aprisionadas no trabalho doméstico e impedidas de desenvolver a prática social em toda sua amplitude. No campo e na cidade toda função social da mulher do povo era reduzida a cuidar da casa, dos filhos, do marido além do pesado trabalho das camponesas ou a dupla jornada das operárias. Mas o Presidente Mao e o Partido Comunista da China sabiam que não era possível destruir toda aquela sociedade de exploração e opressão se a metade das classes exploradas estivessem fora do processo revolucionário, e se o processo revolucionário não emancipasse as mulheres que carregavam uma opressão milenar.

Aprendendo dos enormes avanços da experiência da GRSO  -  Grande Revoluçao Socialista de Outubro -  dirigida pelo grade Lenin e o camarada Stálin, o partido Comunista da China, já no poder, destruiu as bases econômicas da velha sociedade de exploração ao mesmo tempo que mobilizou amplas massas de homens e mulheres política e ideologicamente para destruir a cultura semifeudal e burguesa dominante de antes da Revolução.

Quanto aos avanços que a Revolução promoveu sobre a questão feminina, a Nova China socializou trabalho doméstico, transformando-o em indústria social. Algo impensável para qualquer país capitalista que tem no trabalho doméstico e na família individual uma das bases essenciais de sustentação da exploração do proletariado, do campesinato e demais classes exploradas. A função da família, e particularmente das mulheres, das classes oprimidas no capitalismo é cuidar, alimentar, educar, repor a força de trabalho dos operários, camponeses e trabalhadores em geral de maneira que eles atendam às condições da exploração capitalista e latifundiária. Garantir que a família trabalhadora se reproduza enquanto classe explorada física, intelectual, moral e politicamente. 

Na Nova China, desde os primeiros momentos, o funcionamento das oficinas de serviços e outras atividades substituem e tornam coletivo o trabalho doméstico em toda sua amplitude: lavar, passar, arrumar casa, cozinhar, cuidar dos filhos, costurar, consertar roupas e toda uma infinidade de afazeres antes colocados exclusivamente sobre os ombros da mulher.

Houve:

Equipes de limpeza das casas, as famílias saíam para o trabalho e uma equipe vinha até sua casa limpá-la.

Lavanderias coletivas: as roupas por lavar, passar ou consertar eram apanhadas em casa e levadas para as oficinas especializadas.

Restaurantes coletivos : as refeições eram feitas nas fábricas e escolas, ou nos restaurantes coletivos construídos dentro dos conjuntos habitacionais.

Creches: O cuidado com as crianças era fundamentalmente responsabilidade das creches (que funcionavam 365 dias no ano durante 24 horas) e escolas públicas, onde a educação socialista afiançava a formação de crianças saudáveis física e ideologicamente.

Este funcionamento das creches permitia aos pais, participar de atividades após seu horário de trabalho como estudo em geral, participação em congressos, palestras e debates e atividades culturais.

Participação dos idosos na construção da nova sociedade

Os idosos não mais representavam um peso para a sociedade e cumpriam tarefas em diversos locais, desde as oficinas de limpeza e conserto até o trabalho em horários variados em fábricas. Entretanto, muitos trabalhavam especialmente apoiando o processo de ensino das crianças e jovens, valorizados em sua larga experiência de vida, como testemunhas vivas da antiga sociedade, transmitindo sua experiência e crítica sobre ela e apoio à nova sociedade que se construía.

Ao coletivizar o trabalho doméstico, este deixa de ser “invisível”, aparece claramente como uma produção como outra qualquer, demonstrando que esta carga sobre os ombros da mulher não é um destino assinalado pela “natureza feminina” e sim a forma de organização capitalista que o utilizava como método de exploração.

A coletivização socialista desse trabalho dá pela primeira vez a ele o caráter de trabalho útil e necessário a todos, conferindo-lhe o reconhecimento social.

As mulheres também tinham participação ativa na vida política do país, desenvolvia e participava atividades culturais, estudavam ciência etc..

Essa experiência histórica os reacionários tentam mas não podem apagar. É fato, é concreto, aconteceu, e é a base para os ensinamentos de como as mulheres podem se emancipar: somente através da revolução proletária, por que não adianta dizer que as mulheres devem ter direitos iguais, dentro do capitalismo isso é impossível. É necessário destruir as bases econômicas sob as quais toda a opressão sobre as mulheres se sustenta. E esse é um grande ensinamento da Revolução Chinesa.

A Revolução Chinesa também fez destacar importantes dirigentes femininas da Classe. Destacamos aqui a grande camarada Chiang Ching, uma das grandes lideranças da GRCP ' Grande Revoluçao Cultural Proletária e uma grande dirigente que após a morte do Presidente Mao, em 1976, lutou contra a restauração capitalista na China e contra todos os revisionistas até a sua morte.

A camarada Chiang Ching é uma grande heroína do proletariado internacional e um grande exemplo para nós.

O Movimento Feminino Popular celebra com orgulho os 71 ano da Vitória da Revolução Chinesa e bebe nessa experiência, no maoísmo como ideologia, para afirmar que a Emancipação da Mulher é obra da Revolução Proletária!


Despertar a Fúria revolucionária da mulher como força impulsionadora da Revolução!

Viva os 71 anos da Grande Revolução Chinesa!

Viva o maoismo!

Viva A grande Camarada Chiang Ching!

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