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a seguir tradução feita por nós do artigo Notas
para deslindar com o feminismo burguês e pequeno-burguês, opondo
uma linha de classes na luta da mulher
de
Miguel Alonso, publicado no blog Dazibao Rojo no dia 15 de junho de 2018. Disponível em espanhol no endereço: <http://dazibaorojo08.blogspot.com/2018/06/apuntes-para-deslindar-con-el-feminismo.html> (acesso em 15-06-2018)
Miguel Alonso, publicado no blog Dazibao Rojo no dia 15 de junho de 2018. Disponível em espanhol no endereço: <http://dazibaorojo08.blogspot.com/2018/06/apuntes-para-deslindar-con-el-feminismo.html> (acesso em 15-06-2018)
Notas
para deslindar com o feminismo burguês e pequeno-burguês, opondo
uma linha de classes na luta da mulher.
Miguel
Alonso
Nem
os mais acirrados inimigos do comunismo podem negar que o mesmo,
sempre tem contemplado a igualdade das mulheres com os homens e a
libertação de qualquer opressão como parte fundamental de seu
programa e praxis revolucionária e que nas diversas revoluções
triunfantes, A Comuna de Paris, A Revolução de Outubro, a
Revolução na China e nos países da Indochina e em particular na
Kampuchea Democrática, as mulheres tem jogado
um papel fundamental.
O
Mesmo podemos dizer das atuais guerras populares em marcha desde o
Peru, nas Filipinas, da Turquia e no Kurdistão norte à da Índia
em que milhões de mulheres camponesas, dalits, adivasis ou
trabalhadoras e intelectuais enfrentam dia a dia a luta junto a seus
camaradas homens contra o regime semifeudal e opressor que se baseia
no fascismo azafrán e seu
regime de castas.
São
as verdadeiras heroínas de nosso tempo, muito distante do discurso
falsamente radical das pequeno-burguesas do feminismo universitário
ocidental e sua visão de “gênero, feminino”.
Feminismo
burguês que ignora, a propósito, a luta de classes como motor da
história, para substituí-la por uma luta “transversal”
(eufemismo de interclassista) entre sexos, dentro da política
burguesa de fracionar as lutas por reivindicações específicas de
diversos coletivos oprimidos, como um meio para dar
“soluções”cosméticas dentro do sistema capitalista sem
questioná-lo radicalmente como fazemos as e os comunistas.
Não
se trata de fazer crítica das justas lutas dos coletivos oprimido;
mulheres, homossexuais, transexuais ou de raças discriminadas nas
sociedades capitalistas, se trata de assinalar com clareza que toda
esta opressão, que afeta majoritariamente às classes populares, só
pode ser resolvida no marco de uma Revolução Socialista ou de Nova
Democracia e nas mesmas, por meio de revoluções culturais, varrer
os velhos hábitos da opressora sociedade capitalista.
Isto
não é uma visão reducionista, como sem dúvida se apressarão a
dizer algumas e alguns, se trata da chave de todas as múltiplas
copntradições existentes nas sociedades do capitalismo
desenvolvido ou das de capitalismo burocrático.
O
Presidente Mao assinalou que não há que esquecer jamais a luta de
classes e esta importante instrução do Pdte. Mao devemos não só
recordá-la senão que temos a obrigação de levá-la a nossa
prática como comunistas.
As
sociedades patriarcais, unidas intrinsecamente pela superestrutura
ideológica das religiões monoteístas, estão ligadas à aparição
da propriedade privada e a sua transmissão hereditária pelo núcleo
familiar. Sem golpear e aplastar, tanto no ideológico, como no
material, estes mecanismos não se avançará verdadeiramente para
por fim à exploração do ser humano pelo ser humano.
No
entanto o feminismo burguês, em sua versão mais grosseira, achaca
todo o mal aos homens, aos que culpabiliza de todos seus males
falando de “lugares seguros” com a exclusão dos homens,
planteando na prática um segregação por sexos, difundem o falso
mito de “seres de luz e paz” inclusive clamam contra o “teto
de cristal” para as mulheres da grande burguesia, obviamente
ignorando que mulheres tão reacionárias como Margaret Thather, ou
Christine Lagarde ou Hillary Clinton que desde seus postos,
supostamente oprimidas pelo machismo, tem aumentado a exploração e
sofrimento das massas populares, tanto de homens como de mulheres,
em todo o mundo.
E que
dizer das teorias da divisão por opções sexuais, que qualificam
tanto homens como mulheres com etiquetas como “cis-genero”
apresentando a heterossexualidade como outro
monstro opressor; o hetero-patriarcado,
que sustenta teorias anti-científicas e pós-modernistas, como o
Queer.
Para
os comunistas é simples liberalismo ou oportunismo não enfrentar
estas e outras teorias para não criar polêmica com um lobby
feminista, que conta com o respaldo da maioria da imprensa liberal
burguesa e muito mais é unir-se, como vagão, destes movimentos
feministas que, como já vimos no dia 8 de março passado, tem
tratado de usurpara o caráter de classe do Dia Internacional da
Mulher Trabalhadora por seu discurso transversal interclassista e de
guerra de sexos.
No
Estado espanhol compõe estas forças os velhos revisionistas de IU,
Podemos ou o PSOE e seu porta-voz midiático el diário Público
e a rede televisiva La Sexta.
A
dirigente bolchevique Alexandra Kollontai, em 1907, em um documento
sobre a questão da mulher (1) assinalava com clareza duas linhas
existentes. Palavras que tem plena atualidade:
“O
mundo das mulheres está dividido, assim como é o mundo dos homens,
em dois campos: os interesses e aspirações de um próximo a
burguesia, enquanto o outro grupo tem ligações estreitas com o
proletariado e sua proposta
libertadora inclui uma solução
completa para a questão da mulher. Assim, embora ambos os campos
seguem o slogan geral da “libertação das mulheres”, seus
objetivos e interesses são distintos.
Cada uma das partes,
inconscientemente partem de interesses e aspirações de sua
própria classe, o que dá uma cor
específica de classe aos objetivos
e tarefas que estabelecem para si
mesmas …
Apesar
da aparente radicalidade das demandas das feministas, não há que
perder de vista o fato de que as feministas não podem, em razão de
sua posição de classe, lutar pela transformação fundamental da
sociedade, sem a qual a libertação da mulher não poderá ser
completa.” (...)
Então,
é realmente possível falar das feministas como as pioneiras no
caminho em direção ao trabalho das mulheres, quando em cada país
centenas de milhares de mulheres proletárias haviam inundado as
fábricas e as oficinas, apoderando-se de um ramo da
indústria atrás de outro, quando o movimento das mulheres
burguesas nem sequer havia nascido? Somente graças ao
reconhecimento do trabalho das mulheres trabalhadoras no mercado
mundial as mulheres burguesas foram capazes de ocupar a posição
independente na sociedade de que as feministas se orgulham tanto...
Para
concluir com estas notas a seguir formulo alguns pontos básicos de
uma linha classista proletária, anti-revisionista na questão da
opressão das mulheres:
-
Deslindar com o feminismo burguês e suas falsas teorias, opondo uma forte crítica a seus princípios ideológicos baseando-se em documentos elaborados por conhecidas dirigentes proletárias como a camarada A. Ghandy ou a camarada Chiang Ching.
-
Potencializar a criação de um Movimento Internacional Classista Feminino e Popular com um programa próprio voltado para a revolução.
-
Programa baseado nas ricas experiências das revoluções proletárias para libertar a mulher do âmbito do trabalho doméstico ou cuidado dos filhos, potencializando creches para as mulheres proletárias e camponesas assim como a criação de restaurantes populares ou um novo modelo de urbanismo e construção habitacional em que as tarefas domésticas, limpeza ou alimentação se desenvolvam de forma coletiva ou profissional rompendo com o modelo do núcleo familiar burguês.
Este
artigo pretende aportar alguns instrumentos para a luta ideológica
contra a corrente principal do feminismo burguês e pequeno-burguês
desde o marxismo-leninismo-maoismo para o movimento revolucionário,
já que as mulheres sustentam a metade do céu e qualquer forma de
opressão tem que ser varrida, pois o comunismo é, não o
esquecemos, uma ideologia de libertação em todos os âmbitos.
Notas:
( 1)
Alejandra Kollontai Extractos de Los fundamentos sociales
de la cuestión femenina 1907
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