Somente a luta revolucionária
porá fim à violência contra as mulheres!
Boletim do MFP - Movimento Feminino Popular. Março/2020.
Temos assistido no Brasil um aumento gritante de todo tipo de violência
contra a mulher. Espancamentos, estupros efetivados com toda sorte de crueldade
contra mulheres adultas, jovens e crianças. O Brasil é o quinto país do mundo
no ranking mundial da prática de feminicídio. Entre 2007 e 2017 o número de
mulheres mortas de forma violenta em todo o país aumentou 30,7%, alcançando o
número estarrecedor de 4.936. Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança
Pública, o Brasil registrou em 2018 mais de 66 mil estupros. Segundo o IPEA,
cerca de 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes. Outros estudos
estimam que os números oficiais representam apenas 10% do total dos casos que
realmente acontecem.
Estes números nos revelam que a tão proclamada “liberdade sexual
feminina”, vendida agora como “empoderamento”, não passa de discurso demagógico
dos defensores desta velha ordem imperante vendida como democracia. O fato é
que em nosso país a mulher segue sendo vítima dessa sociedade patriarcal,
machista e misógina, sendo vista como propriedade do homem, que deve dispor da
vida feminina como bem queira, como puro objeto sexual e escrava doméstica.
8º Congresso da LCP do Norte de Minas e Sul da Bahia |
Mesmo as leis que o Estado reacionário cria para supostamente defender
as mulheres, se voltam contra elas próprias e somente mascaram a solução do
problema. Desde que a lei do feminicídio entrou em vigor, os casos de
feminicídio subiram 62,7% (segundo o mesmo Anuário). As mulheres pobres quando
fazem denúncias são tratadas de forma humilhante e, por vezes, seguem ainda
mais vulneráveis e expostas a todo tipo de agressão.
Nós, mulheres do povo que sofremos todo tipo de abuso não devemos ter
qualquer ilusão quanto ao Estado reacionário. Porque este velho Estado não pode
assegurar nada que sirva ao povo, a não ser aumentar a sua criminalização e
tratar tudo como caso de polícia. Devemos garantir nosso direito à autodefesa e
nos organizarmos de forma independente para nos proteger.
A secular naturalização da violência contra a mulher em nossa
sociedade, herdada do mesmo mal imposto pela velha ordem colonial é algo tão
absurdo que milhares de vítimas sofrem durante anos sem a menor condição de se
defender. O monopólio de imprensa e variantes dos grupos feministas burgueses e
pequeno-burgueses demagogicamente debatem as estatísticas e tratam as notícias
de forma sensacionalista, demonizando os homens que cometem esses crimes como
se fossem a fonte de todo mal, individualizando o problema e apresentando como
solução a simples punição dos executores de tais crimes.
Tudo isto é feito para esconder que a origem de todo esse cenário
apavorante é a sociedade dividida em classes, é a manutenção dessa sociedade de
exploração e opressão, que tem na opressão feminina uma de suas principais
bases de sustentação e que é o próprio sistema capitalista que educa homens e
mulheres incutindo em sua formação as concepções machistas e patriarcais.
A libertação das mulheres só será conquistada
com a libertação de toda classe explorada, com o socialismo e no caso do nosso
país onde se desenvolve o Capitalismo Burocrático, atrasado, com uma Revolução
Democrática, agraria e anti-imperialista ininterrupta ao Socialismo! O
Movimento Feminino Popular repudia toda essa velha ordem hipócrita e reafirma a
luta pela construção de uma sociedade que ponha fim a toda repugnante ordem de
opressão feminina.
Despertar a fúria revolucionária da mulher!
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