Com a crise, cresce a revolta e fúria popular!
Boletim do MFP - Movimento Feminino Popular. Março/2020.
O
mundo está sacudido por grandes tormentas provocadas, por um lado, pela crise
geral do
imperialismo e por outro pelo levantamento, cada vez mais frequentes
das massas. Tal situação explosiva tem por base a cada vez maior concentração
da riqueza e uma gigantesca crise de superprodução que já não podem mais
esconder. Puxados pela crise na superpotência hegemônica única, o EUA, a
superpotência atômica, Rússia e as demais potências imperialistas aumentam as
guerras de agressão e rapina e atiram-se na pugna por nova partilha do mundo.
Buscando descarregar sua crise nas costas dos países coloniais e semicoloniais
e seus povos, impõe-lhes como política central as medidas bandidescas de
assalto aos direitos dos trabalhadores (com as chamadas “reformas”) e de maior
entrega de suas riquezas, bem como das “políticas de austeridade” aplicadas nos
próprios países imperialistas, como tentativas desesperadas de deter a queda da
taxa de lucro e o colapso na economia mundial. Tal política só tem feito
aumentar a revolta das massas e grandes explosões de protestos massivos vistos
em todo o mundo. Particularmente na América Latina, “quintal” do imperialismo
ianque (norte-americano) e base de sustentação da sua hegemonia, o crescente
protesto atiçará e agudizará a crise e consequentemente gerará mais revolta.
Recente revolta popular no Equador - Mulheres enfrentam policiais |
No
nosso país, desde os grandes levantamentos populares da juventude de 2013/14, o
Alto Comando das Forças Armadas reacionárias (ACFA), a serviço dos interesses
do imperialismo ianque de ampliar a militarização do continente sul-americano,
planificaram e puseram em marcha um golpe de Estado através da ofensiva
contrarrevolucionária preventiva ao inevitável levantamento das massas. O
governo do fascista Bolsonaro, saído das eleições podres e corruptas, mas de
fato mesmo, governo dos generais do ACFA, é a tentativa desesperada de
salvaguardar esse sistema de exploração e opressão, cumprindo as três tarefas
reacionárias do imperialismo para os países oprimidos e em crise de: 1) tirar o
país da sua grave crise para impulsionar o capitalismo burocrático; 2)
reestruturar o velho Estado num regime de centralização absoluta do poder no
Executivo e 3) esmagar a justa rebelião popular para conjurar o perigo de
revolução.
Dada
às condições de crise política que deu surgimento ao governo Bolsonaro,
conformou-se uma disputa na direção da ofensiva contrarrevolucionária, entre a
extrema-direita bolsonarista e a direita expressa pelo ACFA. Enquanto Bolsonaro
defende a imediata instalação de um regime militar o ACFA vê isto como um
grande desastre que arrastaria o país para uma guerra civil inevitável ao
alargar o leque de forças na sociedade contra os militares, defendendo um
regime de centralização máxima do poder no Executivo, através de “reformas” da
Constituição de modo a manter uma aparência de democracia e cumprir as mesmas
tarefas contrarrevolucionárias. Após várias crises nesta disputa que ocupou todo
o ano passado, agora, Bolsonaro, se acha cercado pelo governo de fato dos
generais, limitado à sua surrada propaganda pelas redes sociais, de onde expele
suas afrontas e ameaças fascistas, buscando apoio e respaldo popular para seu
projeto de regime fascista.
A
grave e incessante crise política de desmoralização das instituições do velho
Estado é resultante do aprofundamento da crise do capitalismo burocrático no
país, que entrou no estágio de sua crise geral de decomposição dentro da crise
geral do imperialismo. Crises que levaram à agudização da pugna entre as
frações das classes dominantes locais e seus grupos de poder, bem como da luta
de classes. Marcado por crescentes revoltas populares contra os cortes de
direitos e desmandos dessa corrupta e velha democracia o país passou a um novo
desenvolvimento da situação revolucionária, que para contrapor-se a ela a
reação lançou sua ofensiva contrarrevolucionária preventiva. É um novo ciclo de
radicalização da luta de classes em que nosso povo se levanta farto de tanta
mentira, enganação e sofrimento. Inevitavelmente a rebelião popular na cidade e
no campo crescerá e se tornará mais explosiva e violenta.
Oportunistas
dos mais diversos matizes buscam confundir nosso povo com a frase oca de
“democracia contra o fascismo”, o que significa defender o caminho burocrático
do velho Estado brasileiro da velha democracia e seu podre, corrupto e farsante
processo eleitoral. As instituições do velho Estado estão desmoralizadas e
falidas. Está cada vez mais claro que os chamados “três poderes”, executivo,
legislativo e judiciário são na verdade um só poder, da grande burguesia, do
latifúndio e do imperialismo para explorar e oprimir as massas de nosso povo.
Não é por acaso que em 2018 ocorreu o maior boicote eleitoral da história do
país. 56 milhões de brasileiras e brasileiros rechaçaram essa farsa não
comparecendo nas urnas ou votando em branco e nulo. É o rechaço a toda essa
podridão em que nosso país está atolado a séculos.
Hoje
dois caminhos se confrontam, o da marcha para o fascismo com a falência dessa
corrupta e velha democracia de exploração e opressão do povo e de subjugação da
Nação ao imperialismo ianque, e o caminho democrático do povo, o da revolução
de Nova Democracia, do fim completo desse velho e genocida Estado e de
construção da República Popular Democrática, baseada na aliança
operário-camponesa e demais pequenos e médios proprietários, do fim da
dominação imperialista. Partindo da destruição do latifúndio com a entrega das
terras aos camponeses pobres sem-terra ou com pouca terra, nacionalizar e
industrializar a exploração das riquezas naturais do país, confiscando as
propriedades do imperialismo e todo o capital burocrático da grande burguesia
brasileira lacaia, para colocar tudo a serviço do desenvolvimento de uma nova
economia autocentrada e autossustentada, baseada nos interesses do povo e da
soberania da Nação.
O
Brasil precisa de uma grande Revolução, Revolução de Nova Democracia, cujo
conteúdo é Revolução Agrária e Anti-imperialista ininterrupta ao socialismo.
Nossa tarefa imediata é mobilizar, politizar e organizar contingentes cada vez
maiores de nosso povo intensificando seu protesto e dando rumo revolucionário a
sua revolta. Basta de exploração, opressão e miséria, exigimos e queremos justiça, terra, pão e
verdadeira e Nova Democracia! Nem
Bolsonaro, Nem Mourão, Nem Congresso de Corruptos! Fora Forças Armadas
Reacionárias! Viva a Revolução de Nova Democracia! Vamos
à luta companheiras!
Nem Bolsonaro, Nem Mourão, Nem Congresso de Corruptos! Fora Forças Armadas Reacionárias! Viva a Revolução de Nova Democracia!
Despertar a fúria revolucionária da mulher!
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