Mobilizar, politizar e organizar as mulheres na luta de classes
Boletim do MFP - Movimento Feminino Popular. Março/2019.
O dia 8 de março,
Dia Internacional da Mulher Proletária, é um dia para celebrarmos a luta das
mulheres trabalhadoras em nosso país e em todo o mundo. A data, que é celebrada
há mais de 100 anos, surgiu na efervescência da luta revolucionária
internacional do proletariado como forma de incentivar a incorporação das
mulheres na luta para a construção de uma nova sociedade que ponha fim a toda a
exploração, opressão e violência contra as classes exploradas e oprimidas,
único caminho para a verdadeira emancipação da mulher.
À medida que se
aprofunda a crise do imperialismo, aumentando a exploração, opressão e as
guerras de rapina contra as nações e povos dominados, se agravam todos os tipos
de opressão e violência contra as mulheres trabalhadoras, que são metade das
massas populares em todo o mundo. O odioso sistema imperialista escraviza as
mulheres com particular crueldade e cinismo, levando bilhões de seres humanos
ao desespero pela incerteza do dia seguinte, com a miséria, o desemprego e a
violência do Estado reacionário, roubando suas terras, desatando uma verdadeira
guerra contra os pobres. Em nosso país são trabalhadoras operárias,
comerciárias, professoras e servidoras públicas da educação e saúde, mães
solteiras e chefes de família moradoras das vilas e favelas; camponesas pobres
sem terra ou com pouca terra, indígenas, quilombolas e as atingidas por
barragens, mineração e cultivos de eucalipto.
A avançada crise
econômica de decomposição, do capitalismo burocrático, atrasado, do Brasil,
afunda o país já há cinco anos numa crise política e moral sem fim. As
grandiosas revoltas populares de 2013, que sacudiram o país, fizeram tremer
toda a reação. A crise então se agravou numa feroz luta entre os grupos de
poder representantes das frações das classes dominantes locais, em que a
“operação lava-jato”, no objetivo de salvar a credibilidade e legitimidade das
instituições do velho Estado, levantou uma cruzada hipócrita de combate à corrupção.
Este ambiente criou o caldo de cultura ainda mais reacionário ao culpar a
esquerda e os comunistas por toda a situação caótica a que se chegou,
servindo-se das trapalhadas e corrupções praticadas pelos governos de uma falsa
esquerda, os oportunistas eleitoreiros do PT/PCdoB/PSB e demais agregados. A
crise é de tal monta que não pode ser resolvida a curto prazo e a resposta do
imperialismo é aumentar a exploração dos trabalhadores e o saqueio das riquezas
naturais dos países oprimidos, como é o nosso. Tal solução levará
inevitavelmente mais explosões de revoltas populares. Frente a isto o alto
comando das FFAA (forças armadas) reacionárias desencadeou seu plano de golpe
militar contrarrevolucionário preventivo ao inevitável levantamento das massas
contra os cortes de direitos e políticas de arrocho econômico e repressão,
aumentando a militarização de toda a vida social do país. O ministro Moro já
botou suas manguinhas de fora, com a desculpa de combater a criminalidade
lançou seu pacote de leis draconianas para criminalizar todo protesto popular e
principalmente instigando o incremento da repressão contra o povo pobre no
campo e na cidade.
O governo
latifundista, antioperário, obscurantista e vende-pátria de Bolsonaro, tutelado
pelas Forças Armadas reacionárias, já em meio a vários escândalos e
trapalhadas, tem pressa em aplicar medidas antipovo com a repressão violenta
contra as massas. Como parte do golpe reacionário, cresce o discurso fascista e
obscurantista de uma suposta defesa “da família, da moral e dos bons costumes”,
que no fundo estimula toda a sorte de preconceitos e ódio contra as mulheres
trabalhadoras que são duplamente exploradas, assediadas e violentadas
diuturnamente, num crescente, odioso e repulsivo feminicídio.
Defender
o movimento feminino popular e combater o feminismo burguês e todo oportunismo
Se por um lado a
extrema direita prega seu conservadorismo reacionário e misógino, o
oportunismo, como o outro lado da mesma moeda, sob a forma de feminismo burguês
e pequeno burguês, influencia as massas de mulheres em todo o mundo e é
necessário desmascará-lo em todas as suas formulações e práticas, apontando e
construindo o único caminho que pode conduzir a emancipação feminina. O
feminismo burguês e pequeno burguês é um movimento necessário para a burguesia
e demais classes dominantes pois cumpre um papel importante para dividir as
massas, vendendo a ilusão reformista da possibilidade de libertação das
mulheres dentro de uma sociedade que tem na opressão feminina uma de suas bases
de sustentação. Hoje, as concepções pós-modernas e ecléticas predominam no seio
das organizações feministas e são verdadeiras ervas daninhas para a organização
proletária das mulheres. O ilusório discurso chamado “empoderamento” feminino
(discurso da ONU) não é mais do que a individualização de um problema que não
pode ser resolvido dentro dos marcos do capitalismo. Este discurso tenta
esconder que a única solução cabal para o fim da opressão feminina é a
destruição do poder dos grandes burgueses e latifundiários a serviço do
imperialismo, principalmente norte-americano. Sim, a solução passa pela questão
do Poder, mas não o falso poder individualizado das mulheres e sim o Poder de
classe do proletariado e demais classes revolucionárias. É necessário ter em
alta conta que só é possível alcançar a emancipação feminina dentro da luta de
classes na luta pela construção da Nova Democracia, nos países semifeudais e
semicoloniais como o Brasil, do Socialismo e do Comunismo, incorporando bilhões
de mulheres na produção social, ampliando e aprofundando sua participação na
luta de classes e promovendo sua elevação cultural/científica, destruindo a
base sobre a qual se sustenta toda a exploração e opressão femininas.
O MFP – Movimento
Feminino Popular convoca as mulheres de nosso povo para avançar no combate
pelos nossos direitos, incorporando-se na luta revolucionária, rumo à
verdadeira emancipação das mulheres. Para isso devemos organizar ainda mais
núcleos do MFP nos locais de moradia, trabalho e estudo. Apresentamos este jornal
para que as companheiras tenham em mãos mais um material para formação
política. Devemos organizar grupos de estudos e discussões deste e outros
materiais publicados pelo nosso movimento. Além disso, temos o nosso sítio na
internet, em que procuramos atualizar constantemente com materiais que sirvam
para a formação ideológico-política das companheiras.
O aumento da
mobilização, politização e organização das mulheres de nosso povo é parte
fundamental e decisiva na luta revolucionária por um novo país e um novo mundo.
Nós, mulheres trabalhadoras, devemos tomar consciência cada vez maior sobre o
fundo das contradições presentes na nossa sociedade, conhecer a história de
luta das massas populares, particularmente das massas femininas e das heroínas
de nossa classe e nos organizar para destruir, junto com esta velha sociedade
de exploração, todo ódio desprendido contra as mulheres do nosso povo.
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