A origem e simbologia do Dia Internacional da Mulher Proletária
Boletim do MFP - Movimento Feminino Popular. Março/2019.
O dia 8 de março – Dia Internacional da
Mulher Proletária tem uma importância especial na luta revolucionária de todos
os povos. O tributo à luta das mulheres das classes exploradas e oprimidas de
todos os países foi proposto por Clara Zetkin – dirigente do Partido Social
Democrata (Comunista) da Alemanha – na II Conferência de Mulheres Socialistas
em 1910, realizada na Dinamarca. Aprovada pelas delegadas, a homenagem foi
realizada em dias diferentes nos primeiros anos.
Rússia, 8 de março de 1917: dezenas de milhares de mulheres saem às ruas contra a falta de alimento e a 1a Guerra Mundial, agitando a consigna de “Paz, Pão e Terra!” |
No dia 8 de março de 1917, no auge de uma
situação revolucionária, ocorreu uma passeata com dezenas de milhares de
operárias contra a fome, a guerra e o czarismo, sob a direção dos bolcheviques
em Petrogrado, então capital da Rússia, dando início a uma greve geral política
contra o regime czarista. Esses acontecimentos marcaram o período
revolucionário mais importante da humanidade – a Grande Revolução Socialista de
Outubro em 1917 – quando a classe operária russa e a classe camponesa aliada
histórica, tomam o poder e iniciam a construção da primeira pátria socialista
da história, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS. É em
homenagem a esta rebelião das operárias russas que a celebração do Dia
Internacional da Mulher Proletária passa a ser realizada no dia 8 de março,
pelos movimentos revolucionários de mulheres em todo o mundo, como marca do
conteúdo de classe da data.
Nos anos de 1950, as classes dominantes
reacionárias tentaram suprimir estas referências históricas vinculadas ao
movimento comunista internacional, tentando transformar a data em dia
internacional de todas as mulheres, exploradoras e exploradas, opressoras e
oprimidas. Apresentaram a versão mentirosa de que a greve das tecelãs em Nova
Iorque, quando morreram 129 operárias e 17 operários, num grande incêndio
trancado pelos patrões dentro do prédio em chamas, havia ocorrido no dia 8 de
março e daí esta data passou a ser comemorada internacionalmente. Como não
podiam suprimir o caráter classista de uma data já consolidada em todo o mundo,
buscaram então uma luta acontecida fora do território socialista.
A defesa dos livros de história da
burguesia, repetida em coro pelo oportunismo e o revisionismo, fazendo
referência às operárias de Nova Iorque é, portanto, uma farsa. Não que o fato
não tenha ocorrido, nem que a luta das operárias estadunidenses não tenha
importância e não seja parte do movimento operário internacional. Pelo
contrário, elas são mártires da luta do proletariado e pela emancipação da
mulher. Mas seu martírio não se deu no dia 8 de março, e sim no dia 25 de março
de 1911. O Dia Internacional da Mulher Proletária não foi instituído com
referência neste acontecimento e sim na Grande Revolução Socialista de Outubro
em 1917.
Homenagem do Comitê Central do PCUS à grande lutadora Clara Zetikin em seus 75 anos, intrépida combatente em defesa das emancipação da mulher e da revolução |
O que o imperialismo pretende na verdade é
negar que o Dia 8 de Março está vinculado à Revolução Proletária Mundial e
pertence, portanto, às massas exploradas e oprimidas de todo o mundo que
combatem o imperialismo. E isso a reação não pode permitir em sua vã tentativa
de negar a revolução e de apagar da história os feitos históricos da classe
operária e do campesinato dirigidos pelo grande Partido Comunista da União
Soviética, sob a grande liderança de Lenin e Stálin.
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