Reproduzimos a seguir matéria de Ellan Lustosa publicada no Jornal A Nova Democracia Ano XVII, nº 215 - 1ª quinzena de Setembro de 2018.
RJ: Centenas marcham contra a intervenção militar e a condenação dos 23
Centenas
de manifestantes percorreram o centro do Rio de Janeiro no dia 14 de
agosto, desfraldando bandeiras em defesa dos 23 ativistas condenados
recentemente, pelo direito à livre manifestação, contra a intervenção
militar, contra o genocídio do povo pobre e negro nas favelas e em
repúdio ao assassinato político de Marielle Franco. O ato foi convocado
pela campanha Não é só pelos 23, é por todas e todos que lutam! e contou com a participação das mães e familiares vítimas da violência do velho Estado.
Ellan Lustosa/AND
Sob as consignas Chega de chacina polícia assassina, Fora intervenção, o povo quer saúde e educação, Por nossos filhos eu digo não à intervenção e Nem eleição, nem intervenção, o povo quer é fazer revolução, os manifestantes marcharam altivamente da Candelária até a Cinelândia.
O ato foi destacado pela presença massiva das mães e familiares de
vítimas assassinadas pelo aparato repressivo do velho Estado, contando
também com a participação de ativistas progressistas, membros de
movimentos revolucionários, populares, estudantis e democráticos.
Dentre as mães e familiares estiveram presente a mãe de Fabrício,
executado pela Polícia Militar (PM) na virada de 2013 a 2014, no
Chapadão; a mãe do menino Marcos Vinícius, assassinado em junho por
operação da Polícia Civil (PC) no Complexo do Maré; familiares de um dos
cinco jovens assassinados em novembro de 2015, em Costa Barros, com 111
tiros; a mãe do jovem Johnatha, executado pela Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP) de Manguinhos, em maio de 2014; e o pai do menino
Maycon, de 2 anos, executado em abril de 1996, em Acari, classificado
como “auto de resistência”, e tantas outras mães e familiares.
Ao fim do ato realizado na Câmara dos Vereadores, Cinelândia,
diversos manifestantes realizaram em praça pública intervenções,
denunciando as chacinas cometidas pelo velho Estado com suas polícias
assassinas contra a juventude negra e pobre. Mencionou-se também que
esse mesmo Estado é o responsável por perseguir e condenar os 23
ativistas políticos. As mães de vítimas da violência reafirmaram com
combatividade o caminho da resistência ante os genocídios cometidos
contra os filhos do povo, prestando sua solidariedade aos 23.
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