No último dia 25 de abril, os moradores da Vila Bandeira Vermelha, em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte, realizaram junto ao Comitê Sanitário de Defesa Popular da Vila, ao LPM Luta Popular pela Moradia e ao MCP Movimento das Comunidades Populares, uma vigorosa celebração dos 22 anos da jornada de luta, resistência e autodefesa ativa que lhes deu a conquista de suas moradias.
Em meio ao terrorismo do governo militar genocida de Bolsonaro e generais e do monopólio de imprensa com sua propaganda de fique em casa, isolamento social, etc., os moradores decidiram ir para a praça, cuidando das condições sanitárias, e celebrar sua luta reforçando que, para enfrentar toda a situação de miséria, penúria, desemprego e matança de pobres é necessário reforçar a mobilização e a luta do povo.
No dia 26 de abril de 1999, 200 famílias organizadas e dirigidas pelo LPM e pelo MCL (Movimento das Comissões de Luta nome que à época tinha o MCP), empreenderam uma feroz resistência ao aparato repressivo do velho Estado, resistindo a uma ordem de despejo favorável a prefeitura da cidade de Betim então administrada por Jesus Lima/PT cumprida pela polícia militar que, com mais de 600 homens armados até os dentes, tentavam expulsar as famílias acampadas que lutavam por moradia. Chegaram com tratores e atirando nas famílias. Nessa batalha tombaram assassinados os companheiros Elder e Erionídes, jovens operários que combatiam firmes e decididos pelo direito à moradia e foram alvejados pela PM. Ao contrário de esmagar a luta das famílias, essas se mantiveram irredutíveis na decisão de não sair do terreno até a conquista das casas. Foram mais de 30 dias de cerco ao acampamento, com repercussão nos monopólios de imprensa no país, tentando criminalizar aquela luta, acusando de terroristas as massas e direção do acampamento, apavorados que a canalha estava com o nível de decisão, politização, organização e autodefesa das massas. Essa jornada de lutas desmascarou o oportunismo do PT que fingia defender o povo para ganhar votos e à época estava na prefeitura de Betim, com o sr. Jésus Lima, e foi responsável pela ordem de repressão às famílias e o assassinato dos companheiros. Mesmo com toda reação, governos, monopólio de imprensa e repressão contra o povo, a luta foi vitoriosa e pois os acampados conquistaram sua moradia e fundaram a Vila Bandeira Vermelha.
Para celebração dos 22 anos, foram semanas de preparação para o ato que se realizou na Praça Elder e Erionídes. Um painel foi pintado no muro da praça simbolizando a resistência das famílias, várias atividades com as crianças foram realizadas como produção de pipas e mobilização para um coral. Os moradores foram mobilizados para a limpeza da praça, as mulheres preparam um bolo para o lanche da atividade e o Comitê Sanitário de Defesa Popular trabalhou para garantir as condições sanitárias em meio à pandemia. Também participaram do ato celebrativo representantes da Frente Revolucionária de Defesa dos direitos do Povo, Liga Operária, LCP Liga dos Camponeses Pobres, MFP Movimento Feminino Popular, UV/LJR Unidade Vermelha/Liga da Juventude Revolucionária, MEPR Movimento Estudantil Popular Revolucionário, MOCLATE Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação e Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Marreta.
A celebração se iniciou com o canto dA Internacional, o hino internacional do proletariado, como reafirmação das melhores tradições da luta do povo, assim como era entoado nos dias de acampamento pela Assembleia Popular. O MCP fez uma intervenção lembrando como a massa organizada tem condição de conquistar suas necessidades e que devemos retomar essa experiência para seguir na luta. Um dirigente do LPM, destacou a importância daquela luta e como dirigidas por uma linha proletária justa as massas elevam sua organização e consciência exercendo sua justa violência pra conquistar seus direitos. Relembrou ainda os momentos da Assembleia Popular em que as massas decidiam tudo dentro do acampamento inclusive de resistir e de não recuar até a conquista das casas.
A exibição do vídeo produzido pelo LPM com imagens da época foi um momento marcante da atividade, onde os moradores se reconheciam nas imagens do acampamento, adultos que na época eram crianças cantando no coral. Todos vibraram de alegria e comentavam da saudade que tinham daquele momento de luta e trabalho coletivo. Muitos dos moradores gritavam as palavras de ordem entoadas no acampamento Nem que a coisa engrossa, essa terra é nossa! e demais canções populares e revolucionárias que apareciam no vídeo.
Para homenagear os Heróis do Povo Brasilerio Elder e Erionides as crianças entraram cantando a música Combatentes da Vila Bandeira Vermelha. Os movimentos e organização de luta presentes saudaram a atividade e chamaram o povo para lutar por seus direitos, principalmente hoje a vacinação geral para o povo. O MFP participou orgulhoso da atividade e destacou a participação das mulheres que atuaram na linha de frente, mesmo da direção do acampamento, na autodefesa e comissões de alimentação, creche, educação, propaganda e informação, demonstrando combatividade e decisão de lutar com seus filhos no colo, contrariando todos aqueles que duvidam da capacidade de organização, politização e liderança das mulheres do povo. Convocou as mulheres a se organizarem ainda mais e impulsionar o Comitê Sanitário de Defesa Popular pra seguir a luta.
A Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo fez um pronunciamento saudando a luta daquelas massas, afirmando que a luta é feita de muitas lutas e que batalha da Bandeira Vermelha é um marco na luta do povo brasileiro, pois provou que só unidos e muitos organizados, utilizando de sua justa violência e dirigidos por uma justa linha proletária podemos vencer. Afirmou que a conquista das casas é muito importante, mas que não conquistamos ainda o nosso maior direito, uma sociedade sem exploradores. Denunciou esse governo militar genocida de Bolsonaro e generais, que não fez nada para proteger o povo do vírus, fez propaganda de que a COVID era gripezinha, sabontando a vacinação em massa e hoje vivemos o terrorismo de quase 4 mil mortes por dia no Brasil. Afirmou a necessidade da revolução para destruir esse sistema, esse bando de sangue-sugas, de que o Brasil precisa de uma Revolução de Nova Democracia que dê o poder para o Povo. Que para isso precisamos de um verdadeiro e autêntico Partido Comunista pra dirigir as massas.
Como encerramento do ato, os companheiros da Liga dos Camponeses Pobres fizeram uma intervenção chamando todos os moradores a defenderem o Acampamento Manoel Ribeiro, nas terras da antiga Fazenda Santa Elina regadas com o sangue camponês na heroica resistência de 1995, do cerco policial. O chamado foi prontamente atendido pelos moradores produzindo um vídeo ( ASSISTA ) com uma faixa defendendo a vida e luta pela terra dos companheiros do acampamento e a Liga dos Camponeses Pobres.
VIVA OS 22 ANOS DA VILA BANDEIRA VERMELHA!
ELDER E ERIONÍDES, PRESENTES NA LUTA!
Vacina para o povo já!
Abaixo o Governo Militar Genocida de Bolsonaro e generais!
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