11/03/2020

A origem e causa da opressão da mulher


A origem e causa da opressão da mulher

A opressão da mulher está intimamente ligada ao aparecimento da sociedade de classes, em última instância, ao surgimento da propriedade privada. A condição da mulher se sustenta nas relações de propriedade, na forma de propriedade que se exerce sobre os meios de produção (a terra, as máquinas, as fábricas, etc.) e nas relações de produção que sobre se levantam. A opressão feminina tem como raiz a formação, surgimento e desenvolvimento do direito de propriedade sobre os meios de produção e que, portanto, sua emancipação dessa opressão está ligada à destruição de tal direito.

Esta é a tese marxista (de Karl Marx) que afirma que a situação da mulher ou do homem deve ser compreendida a partir da sua condição de classe. Ou seja, a situação da mulher e do homem é condicionada pelo fato destes pertencerem à classe exploradora ou à classe explorada, sendo esta a única condição que define a posição que cada um ocupa na sociedade. Para o marxismo, o homem e a mulher da mesma forma são um conjunto de relações sociais historicamente organizadas e mutante em função das variações da sociedade em seu processo de desenvolvimento. A mulher é um produto social e sua transformação exige a transformação da sociedade. O marxismo trata a questão da mulher a partir do materialismo dialético histórico, compreendendo o problema feminino em relação com a propriedade, a família e o Estado.

Ou seja, a origem da opressão feminina está localizada no surgimento da propriedade privada e da divisão da sociedade em classes antagônicas. Esta condição por sua vez, na base da sociedade, foi marcada pelo fim do matriarcado e surgimento da família monogâmica patriarcal. Nas sucessivas sociedades de classes, baseadas na propriedade privada e exploração do homem pelo homem (escravismo, feudalismo e capitalismo), suas classes dominantes se serviram e servem da opressão feminina para reproduzir seus sistemas de dominação para submeter toda a sociedade a um verdadeiro sistema patriarcal machista. Portanto, a transformação da condição de opressão da mulher está condicionada à eliminação da propriedade privada e das classes, à destruição da sociedade de classes que junto levará os restos patriarcais para a tumba. Então, a luta pela emancipação da mulher, é a luta pela emancipação da mulher trabalhadora, parte da luta de sua classe pela emancipação política através da revolução para estabelecer a ditadura do proletariado, a sociedade socialista. Na época do imperialismo a luta da mulher pela sua emancipação é a parte da luta revolucionária da classe operária, da luta pela transformação revolucionária da sociedade, pela destruição do capitalismo e pelo socialismo e no rumo do Comunismo.

A compreensão desta tese é fundamental para entender a situação da mulher ao longo da história até os dias atuais, combater a tese burguesa da suposta “natureza feminina”, imutável, segundo a qual a mulher tem uma “natureza deficitária”, é inferior ao homem e estabelecer corretamente o programa e a linha da emancipação feminina. É fundamental também para combater as falsas teorias do oportunismo (feminismo burguês e pequeno-burguês) que afirma que a opressão da mulher está ligada exclusivamente à divisão do trabalho em função dos sexos, que teria atribuído à mulher uma ocupação menos importante que a do homem no âmbito doméstico e ao surgimento do patriarcado. Este feminismo parte de uma suposta condição feminina”, pondo o centro no que chamam de “luta de gênero” pela igualdade. Ou seja, apregoam que a “libertação da mulher” pode ser alcançada no capitalismo.

No caso dos países dominados pelo imperialismo, os países da Ásia, África e América Latina, sobre cujos povos pesam três montanhas de opressão e exploração, o latifúndio semifeudal, o capitalismo burocrático e o imperialismo, a situação de opressão sexual da mulher é uma quarta montanha que as mulheres do povo suportam sozinhas. As mulheres trabalhadoras são duplamente oprimidas, pois além da opressão que sofrem como parte das classes exploradas são oprimidas pelo sistema patriarcal imperante, mantido e reproduzido nas sociedades de classes baseada na exploração. O capitalismo, com o grande desenvolvimento técnico-científico, introduzindo aos saltos a maquinaria, incorporou crescentemente as mulheres na produção, como forma de aumentar a exploração da classe operária, ao somar à exploração indireta que submete a mulher nos cuidados da família (trabalho doméstico não remunerado) à exploração direta nas unidades de produção. Assim a mulher que trabalha fora, tem uma dupla jornada, pois seguiu sendo ela a escrava doméstica, duplamente explorada. Em sua milenar condição de exploradas e duplamente oprimidas as mulheres trabalhadoras são potencialmente mais revolucionárias Unindo sua luta por direitos e reivindicações específicas à luta de seus irmãos de classe pelo poder, é poderosa e decisiva força para a revolução.

A emancipação da mulher, sua luta para varrer esta montanha de opressão milenar só será possível através da luta revolucionária das classes exploradas e oprimidas das quais elas são a metade. Tal luta revolucionária, por sua vez, só frutificará sob guia e direção da classe operária, através de seu partido revolucionário, o partido comunista. A revolução proletária como obra da própria classe operária, em aliança com as demais classes oprimidas (Frente Única Revolucionária), só poderá triunfar com o contributo ativo das massas femininas, incorporadas ao partido, à guerra popular através do exército popular e à frente única. A revolução proletária como obra dos homens e mulheres da classe operária, do campesinato principalmente pobre e demais massas trabalhadoras, ao destruir todo o sistema de exploração, por fim ao sistema de propriedade privada dos meios de produção através da sua socialização, quebrará os grilhões milenares do sistema patriarcal que tem acorrentado a mulher na subjugação, integrando-a por completo à toda produção. Assim criará, como demonstra a experiência histórica da revolução proletária, a condição para elevar sua prática social, além da produção, à luta de classes e à experimentação científica. Libertando as mulheres para o papel ativo e total igualdade na participação em todas as esferas da vida na nova sociedade que emergirá. A emancipação da mulher é a emancipação da sua classe explorada e oprimida! É obra da revolução proletária! Sua libertação é o Comunismo, a Emancipação Humana!

Viva a luta pela emancipação da mulher!
Abaixo o feminismo burguês e pequeno-burguês!

Viva o Movimento Feminino Popular!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Notícias recentes

11 de janeiro: viva Helenira Resende!

No destaque, Helenira Resende durante congresso da UNE em São Paulo   No último dia 11 de janeiro celebramos, com ardor revolucion...

Mais lidas da semana