A origem e
causa da opressão da mulher
A opressão da mulher está
intimamente ligada ao aparecimento da sociedade de classes, em última
instância, ao surgimento da propriedade privada. A condição da mulher se
sustenta nas relações de propriedade, na forma de propriedade que se exerce
sobre os meios de produção (a terra, as máquinas, as fábricas, etc.) e nas
relações de produção que sobre se levantam. A opressão feminina tem como raiz a
formação, surgimento e desenvolvimento do direito de propriedade sobre os meios
de produção e que, portanto, sua emancipação dessa opressão está ligada à
destruição de tal direito.
Esta é a tese marxista (de Karl Marx) que afirma que a situação da mulher ou do homem deve ser compreendida a partir da sua condição de classe. Ou seja, a situação da mulher e do homem é condicionada pelo fato destes pertencerem à classe exploradora ou à classe explorada, sendo esta a única condição que define a posição que cada um ocupa na sociedade. Para o marxismo, o homem e a mulher da mesma forma são um conjunto de relações sociais historicamente organizadas e mutante em função das variações da sociedade em seu processo de desenvolvimento. A mulher é um produto social e sua transformação exige a transformação da sociedade. O marxismo trata a questão da mulher a partir do materialismo dialético histórico, compreendendo o problema feminino em relação com a propriedade, a família e o Estado.
A compreensão desta tese é
fundamental para entender a situação da mulher ao longo da história até os dias
atuais, combater a tese burguesa da suposta “natureza feminina”, imutável,
segundo a qual a mulher tem uma “natureza deficitária”, é inferior ao homem e
estabelecer corretamente o programa e a linha da emancipação feminina. É
fundamental também para combater as falsas teorias do oportunismo (feminismo
burguês e pequeno-burguês) que afirma que a opressão da mulher está ligada
exclusivamente à divisão do trabalho em função dos sexos, que teria atribuído à
mulher uma ocupação menos importante que a do homem no âmbito doméstico e ao
surgimento do patriarcado. Este feminismo parte de uma suposta condição
feminina”, pondo o centro no que chamam de “luta de gênero” pela igualdade. Ou
seja, apregoam que a “libertação da mulher” pode ser alcançada no capitalismo.
No caso dos países dominados pelo
imperialismo, os países da Ásia, África e América Latina, sobre cujos povos
pesam três montanhas de opressão e exploração, o latifúndio semifeudal, o
capitalismo burocrático e o imperialismo, a situação de opressão sexual da
mulher é uma quarta montanha que as mulheres do povo suportam sozinhas. As
mulheres trabalhadoras são duplamente oprimidas, pois além da opressão que
sofrem como parte das classes exploradas são oprimidas pelo sistema patriarcal
imperante, mantido e reproduzido nas sociedades de classes baseada na
exploração. O capitalismo, com o grande desenvolvimento técnico-científico,
introduzindo aos saltos a maquinaria, incorporou crescentemente as mulheres na
produção, como forma de aumentar a exploração da classe operária, ao somar à
exploração indireta que submete a mulher nos cuidados da família (trabalho
doméstico não remunerado) à exploração direta nas unidades de produção. Assim a
mulher que trabalha fora, tem uma dupla jornada, pois seguiu sendo ela a
escrava doméstica, duplamente explorada. Em sua milenar condição de exploradas
e duplamente oprimidas as mulheres trabalhadoras são potencialmente mais
revolucionárias Unindo sua luta por direitos e reivindicações específicas à
luta de seus irmãos de classe pelo poder, é poderosa e decisiva força para a
revolução.
A emancipação da mulher, sua luta
para varrer esta montanha de opressão milenar só será possível através da luta
revolucionária das classes exploradas e oprimidas das quais elas são a metade.
Tal luta revolucionária, por sua vez, só frutificará sob guia e direção da
classe operária, através de seu partido revolucionário, o partido comunista. A
revolução proletária como obra da própria classe operária, em aliança com as
demais classes oprimidas (Frente Única Revolucionária), só poderá triunfar com
o contributo ativo das massas femininas, incorporadas ao partido, à guerra
popular através do exército popular e à frente única. A revolução proletária
como obra dos homens e mulheres da classe operária, do campesinato
principalmente pobre e demais massas trabalhadoras, ao destruir todo o sistema
de exploração, por fim ao sistema de propriedade privada dos meios de produção
através da sua socialização, quebrará os grilhões milenares do sistema
patriarcal que tem acorrentado a mulher na subjugação, integrando-a por
completo à toda produção. Assim criará, como demonstra a experiência histórica
da revolução proletária, a condição para elevar sua prática social, além da
produção, à luta de classes e à experimentação científica. Libertando as
mulheres para o papel ativo e total igualdade na participação em todas as
esferas da vida na nova sociedade que emergirá. A emancipação da mulher é a
emancipação da sua classe explorada e oprimida! É obra da revolução proletária!
Sua libertação é o Comunismo, a Emancipação Humana!
Viva a luta pela emancipação da
mulher!
Abaixo o feminismo burguês e
pequeno-burguês!
Viva o Movimento Feminino Popular!
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